Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD

Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ : Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Comentarista: Esequias Soares | Classe: Adultos TEMAS DAS LIÇÕES Lição 1 – Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Lição 2 – Somos Cristãos Lição 3 – A Encarnação do Verbo Lição 4 – Deus É Triúno Lição 5 – Jesus é Deus Lição 6 – O Filho É igual com o Pai Lição 7 – As Naturezas Humana e Divina de Jesus Lição 8 – Jesus Viveu a Experiência Humana Lição 9 – Quem É o Espírito Santo Lição 10 – O Pecado Corrompeu a Natureza Humana Lição 11 – A Salvação não É Obra Humana Lição 12 – A Igreja Tem uma Natureza Organizacional Lição 13 – Perseverando na Fé em Cristo

A páscoa à luz da Bíblia

Êx 12.11 “Assim, pois, o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos  nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa  do Senhor.”

I. CONTEXTO HISTÓRICO.
Desde que Israel partiu do Egito em cerca de 1445 a.C., o povo hebreu (posteriormente  chamado “judeus”) celebra a Páscoa todos os anos, na primavera (em data aproximada da sexta-feira santa).  

Depois de os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó passarem mais de quatrocentos anos de servidão no Egito, Deus  decidiu libertá-los da escravidão. Suscitou Moisés e o designou como o líder do êxodo (3 — 4).

Em obediência ao chamado de Deus, Moisés compareceu perante Faraó e lhe transmitiu a ordem divina: “Deixa ir o meu povo.” Para  conscientizar Faraó da seriedade dessa mensagem da parte do Senhor, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas  como julgamentos contra o Egito.

No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava em deixar o povo ir, mas, a  seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos  egípcios nenhuma outra alternativa senão a de lançar fora os israelitas. Deus mandou um anjo destruidor através da terra do  Egito para eliminar “todo primogênito... desde os homens até aos animais” (12.12).

Visto que os israelitas também habitavam no Egito, como poderiam escapar do anjo destruidor? O Senhor emitiu uma  ordem específica ao seu povo; a obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus  respectivos primogênitos. Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao  entardecer do dia quatorze do mês de Abibe; famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (12.4). Parte do  sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa.

Quando  o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas  (daí o termo Páscoa, do hb. pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”). Assim, pelo  sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos  egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distingüir os israelitas dos egípcios,  mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o  advento do “Cordeiro de Deus,” que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29).

Naquela noite específica, os israelitas deviam estar vestidos e preparados para viajar (12.11). A ordem recebida era para  assar o cordeiro e não fervê-lo, e preparar ervas amargas e pães sem fermento. Ao anoitecer, portanto, estariam prontos  para a refeição ordenada e para partir apressadamente, momento em que os egípcios iam se aproximar e rogar que  deixassem o país. Tudo aconteceu conforme o Senhor dissera (12.29-36).

II. A PÁSCOA NA HISTÓRIA ISRAELITA

A partir daquele momento da história, o povo de Deus ia celebrar a Páscoa  toda primavera, obedecendo as instruções divinas de que aquela celabração seria “estatuto perpétuo” (12.14). Era, porém, um sacrifício comemorativo, exceto o sacrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz. Antes da construção do templo,  em cada Páscoa os israelitas reuniam-se segundo suas famílias, sacrificavam um cordeiro, retiravam todo fermento de suas  casas e comiam ervas amargas.
Mais importante: recontavam a história de como seus ancestrais experimentaram o êxodo  milagroso na terra do Egito e sua libertação da escravidão ao Faraó.
Assim, de geração em geração, o povo hebreu  relembrava a redenção divina e seu livramento do Egito (ver 12.26). Uma vez construído o templo, Deus ordenou que  a celebração da Páscoa e o sacrifício do cordeiro fossem realizados em Jerusalém (Dt 16.1-6).

O AT registra várias  ocasiões em que uma Páscoa especialmente relevante foi celebrada na cidade santa (2Cr 30.1-20; 35.1-19; 2Rs 23.21-23;  Ed 6.19-22).

Nos tempos do NT, os judeus observavam a Páscoa da mesma maneira. O único incidente na vida de Jesus como menino,  que as Escrituras registram, foi quando seus pais o levaram a Jerusalém, aos doze anos de idade, para a celebração da  Páscoa (Lc 2.41-50). Posteriormente, Jesus ia cada ano a Jerusalém para participar da Páscoa (Jo 2.13).

A última Ceia de  que Jesus participou com os seus discípulos em Jerusalém, pouco antes da cruz, foi uma refeição da Páscoa (Mt 26.1, 2,  17-29). O próprio Jesus foi crucificado na Páscoa, como o Cordeiro pascoal (1Co 5.7) que liberta do pecado e da  morte todos aqueles que nEle crêem.


Os judeus hoje continuam celebrando a Páscoa, embora seu modo de celebrá-la tenha mudado um pouco. Posto que já não  há em Jerusalém um templo para se sacrificar o cordeiro em obediência a Dt 16.1-6, a festa judaica contemporânea  (chamada Seder) já não é celebrada com o cordeiro assado. Mas as famílias ainda se reunem para a solenidade. Retiram-se  cerimonialmente das casas judaicas, e o pai da família narra toda a história do êxodo.

III. A PÁSCOA E JESUS CRISTO

Para os cristãos, a Páscoa contém rico simbolismo profético a falar de Jesus Cristo.
O NT ensina explicitamente que as festas judaicas “são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17; Hb 10.1), i.e., a redenção  pelo sangue de Jesus Cristo. Note os seguintes itens em Êxodo 12, que nos fazem lembrar do nosso Salvador e do seu  propósito para conosco.

(1) O âmago do evento da Páscoa era a graça salvadora de Deus.
Deus tirou os israelitas do Egito, não porque eles eram  um povo merecedor, mas porque Ele os amou e porque Ele era fiel ao seu concerto (Dt 7.7-10). Semelhantemente, a  salvação que recebemos de Cristo nos vem através da maravilhosa graça de Deus (Ef 2.8-10; Tt 3.4,5).

(2) O propósito do sangue aplicado às vergas das portas era salvar da morte o filho primogênito de cada família; esse fato  prenuncia o derramamento do sangue de Cristo na cruz a fim de nos salvar da morte e da ira de Deus contra o pecado  (12.13, 23, 27; Hb 9.22).

(3) O cordeiro pascoal era um “sacrifício” (12.27) a servir de substituto do primogênito; isto prenuncia a morte de Cristo em  substituição à morte do crente (ver Rm 3.2). Paulo expressamente chama Cristo nosso Cordeiro da Páscoa, que foi  sacrificado por nós (1Co 5.7).

(4) O cordeiro macho separado para morte tinha de ser “sem mácula” (12.5); esse fato prefigura a impecabilidade de  Cristo, o perfeito Filho de Deus (Jo 8.46; Hb 4.15).
(5) Alimentar-se do cordeiro representava a identificação da comunidade israelita com a morte do cordeiro, morte esta que  os salvou da morte física (1Co 10.16,17; 11.24-26). Assim como no caso da Páscoa, somente o sacrifício inicial, a morte  dEle na cruz, foi um sacrifício eficaz. Realizamos em continuação a Ceia do Senhor como um memorial, “em memória” dEle (1Co 11.24).

(6) A aspersão do sangue nas vergas das portas era efetuada com fé obediente (12.28; Hb 11.28); essa obediência pela fé  resultou, então, em redenção mediante o sangue (12.7, 13). A salvação mediante o sangue de Cristo se obtém somente  através da “obediência da fé” (Rm 1.5; 16.26).

(7) O cordeiro da Páscoa devia ser comido juntamente com pães asmos (12.8). Uma vez que na Bíblia o fermento  normalmente simboliza o pecado e a corrupção (ver 13.7 nota; Mt 16.6 nota; Mc 8.15), esses pães asmos   representavam a separação entre os israelitas redimidos e o Egito, i.e., o mundo e o pecado (ver 12.15).
Semelhantemente, o povo redimido por Deus é chamado para separar se do mundo pecaminoso e dedicar-se  exclusivamente a Deus.

Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD / sub-ebd.blogspot.com