Esses
livros extracanônicos se constituem, ao lado dos pseudepígrafos, a
literatura judaica mais importante do período intertestamentário.
São
13 livros e quatro textos adicionais:
1)
Sabedoria de Salomão:
Tratado
de ética, que recomenda a sabedoria e a retidão, condenando a iniquidade e a
idolatria.
Seu autor foi um homem genial e piedoso, crente na imortalidade da
alma, que adotou o pseudônimo de Salomão, identificando-se com o sábio rei que
construiu o primeiro Templo. Seus ensinamentos são ilustrados com fatos da
peregrinação no deserto, mostrando bom conhecimento de história e Pentateuco.
Escrito em cerca de 100 A.C..
2)
Eclesiásticus: Também conhecido como a Sabedoria de Jesus ben Sirach e trata de
ética, Diz Ter sido traduzido pelo neto do seu autor para o grego.
LEIA
TAMBÉM:
3)
Epístola de Jeremias: Esta
epístola controvertida é dirigida aos judeus no exílio a evitarem a idolatria
de Babilônia.
Atualmente
é encontrado nas Versões da Bíblia a partir da Vulgata como o sexto capítulo do
Livro de Baruque mas Eusébio, em sua História Eclesiástica, firmado em
Orígenes, diz que esta epístola faz parte da Profecia de Jeremias assim como as
Lamentações. Desconhece-se a existência de um original hebraico.
A
História de Suzana: Fábula verossímil adicionada ao
Livro de Daniel que é o protagonista. O sábio Daniel livra Suzana das acusações
falsas que recebera.
Bel
e o Dragão: Outra
fábula verossímil, semelhante a de Suzana. Aqui Daniel derrota o dragão que
guardava o santuário de Bel na Babilônia.
Cântico
dos Três Mancebos. É o registro sem amparo histórico, embora verossímil, da
adoração ao Deus que salvou os três amigos de Daniel na fornalha de fogo
ardente. Nenhum dos relatos é confirmado por Josefo.
4)
Primeiro Livro Pseudepígrafo de Esdras: A história de
Israel contada a partir do reinado de Josias até a volta do Cativeiro sob a
liderança do Sumo Sacerdote Esdras em total ampliação ao relato bíblico.
5)
Segundo Livro Pseudepígrafo de Esdras: Este não está na Vulgata, a exemplo
daquele. É um livro de história em estilo profético. Chama nele à atenção a
vocação profética de Esdras, que as Escrituras desconhecem, e, como Profeta,
Esdras foi, inspirado por Deus, o reconstituidor do Cânon queimado por
Nabucodonosor na destruição do Templo ( 14:18-48).
6)
Primeiro Livro dos Macabeus: Tratado histórico de grande
valor, relatando fielmente os acontecimentos políticos desde a morte de Antíoco
Magno ( 219 A.C.) até o final da Guerra de Independência Judaica.
7)
Segundo Livro dos Macabeus: Da
pena de Jasom de Cirene, é uma fantasia baseada na história desde Seleuco IV,
Filopátor ( 187-175 A.C.) até cerca de 165 A.C.
8)
Terceiro Livro dos Macabeus: Narra
a pretensão de Ptolomeu IV, Filopátor, em entrar no Santo dos Santos em 217
A.C.. O livro cobre até 175 A.C..
9)
Quarto Livro dos Macabeus: Tratado de moral que faz dos
macabeus exemplo de conduta e firmeza doutrinária.
10)
Judite: Narrativa
com pretensões históricas sobre a viúva protagonista que seduziu Holofernes,
comandante assírio. Enquanto ele dormia, Judite cortou sua cabeça. Inspirado,
sem dúvida, na história bíblica de Jael e Sísera ( Juí.4:17-22). Há
anacronismos geográficos no livro como Nabucodonosor ter sido Rei da Assíria.
11)
Tobias: Narrativa
fictícia de um certo Tobias de Naftalí, piedoso pai cego de um filho também
chamado Tobias. O filho vai a Rages, na Média, cobrar uma dívida e é levado por
um anjo a Ecbátana para casar-se com uma viúva que havia se casado sete vezes e
ainda era virgem, sendo seus sete maridos mortos por Asmodeu, um demônio.
Como
oitavo marido, Tobias sobreviveu a fúria do anjo assassino queimando fígado de
peixe cujo mau cheiro espantou-o. O fel de peixe serviu para curar a cegueira
de seu pai.
O
Repouso de Ester: Amplificação da narrativa bíblica sem acrescentar nada de valor.
12)
Baruque: Livro
intitulado com o nome do copista do Profeta Jeremias que inclui orações e
palavras de conforto a Israel cativo.
13)
Oração de Manassés: É
a confissão de pecados, petição de perdão e súplica do Rei de Judá, levado
cativo à Babilônia pelo Rei da Assíria.
Pseudepígrafos
A
exemplo dos dois livros apócrifos de Esdras, a literatura judaica deste período
produziu outros livros, muitos deles valiosos, cujos autores propostos não
podem sê-los. São pseudepígrafos:
1)
Salmos de Salomão: 18
salmos semelhantes aos canônicos que denunciam a classe dominante opressora e
defendem a causa dos pobres e piedosos.
2)
Livro dos Jubileus: Narra
de forma verossímil o discurso de Deus a Moisés no dia 16 de Sivã do primeiro
ano do Êxodo que é um convite a subir ao monte a fim de receber as tábuas da
Lei. Em seguida, Metatron, o Anjo da Presença ( Teofania), por ordem de Deus
narra a História, desde a Criação até aquele momento. De autoria essênia.
3)
Livro de Enoque: Composto
pelo Livro de Enoque original, citado por Judas; pelo Livro de Noé, Que é um
fragmento do Livro de Lameque; pelo Apocalipse das Semanas; e pelo Apocalipse
dos Símbolos dos Animais. O livro original, que não é de autoria de Enoque (
bem como o Livro de Lameque não é de Lameque), gozava de credibilidade na
Igreja Primitiva. A Igreja Católica o baniu no Século VI.
4)
O Testamento dos Doze Patriarcas: Livro
composto de doze obras, em sua maioria essênias, sobre os Doze Patriarcas, com
extensa escatologia e apologia à Ética.
5)
A Profecia dos Dois Messias, que não é de origem essênia,
surge no Testamento de Simeão e no Testamento de Dã. O Testamento de Levi chama
seu protagonista de sacerdote em paralelo com Jubileus 32:1.
6)
A Assunção de Moisés: Livro
que conta inicialmente a designação de Josué como sucessor de Moisés e a morte
de Moisés. A atual apresentação do livro possui suas três primeiras linhas
apagadas, a inserção de um livro essênio de ficção à época de Herodes, e sua
conclusão está fragmentada. O livro original não é essênio.
7)
O Martírio de Isaías: É
a narrativa essênia dos fatos que antecederam a morte do Profeta pelas mãos de
Manassés.
8)
A Vida de Adão e Eva: Narrativa
essênia sobre as revelações da vida de Adão e Eva contadas a Moisés pelo
Arcanjo Miguel.
9)
A Carta de Aristéias: É o relato sobre a tradução grega da Torah, a Septuaginta, escrita
por uma pessoa envolvida na obra.
10)
Segundo Livro de Baruque: Apocalipse
narrando da Destruição de Jerusalém ao Reinado do Messias.
Fonte:
Bibliologia