Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD

Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ : Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Comentarista: Esequias Soares | Classe: Adultos TEMAS DAS LIÇÕES Lição 1 – Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Lição 2 – Somos Cristãos Lição 3 – A Encarnação do Verbo Lição 4 – Deus É Triúno Lição 5 – Jesus é Deus Lição 6 – O Filho É igual com o Pai Lição 7 – As Naturezas Humana e Divina de Jesus Lição 8 – Jesus Viveu a Experiência Humana Lição 9 – Quem É o Espírito Santo Lição 10 – O Pecado Corrompeu a Natureza Humana Lição 11 – A Salvação não É Obra Humana Lição 12 – A Igreja Tem uma Natureza Organizacional Lição 13 – Perseverando na Fé em Cristo

O calendário do Antigo e Novo Testamento

O CALENDÁRIO é um sistema de contagem do tempo, normalmente com base em um ciclo natural recorrente (tal como o sol através das estações ou da lua através de suas fases); tabela ou registro tabular de dias de acordo com um sistema anual e com uma referência dos dias de cada mês aos dias da semana.

Desde o início do registro histórico, o calendário tem sido usado para manter registros e prever o tempo de mudança das estações. 
O calendário fornecia um quadro geral a partir do qual as pessoas poderiam planejar seu trabalho. Era, portanto, um quadro temporal eficaz para marcar várias das festividades religiosas que se deviam celebrar em intervalos regulares.
UNIDADES DO CALENDÁRIO




O DIA - Em termos de calendário, o dia é a menor e mais constante unidade de tempo. No mundo antigo, o termo “dia” era usado em pelo menos dois sentidos. Descrevia um período de 24 horas, mas também a luz do dia em contraste com a noite (Gn 1.5). O ponto inicial do dia de 24 horas tinha variações. A Bíblia tem referências ao início do dia pela manhã (Gn 19.34; At 23.32), assim como à noite (Ne 13.19). Na época do império romano, o dia pode ter sido marcado a partir da meia-noite, conforme indicado pelo evangelho de João (4.6; 19.14).

A aurora

A aurora era o crepúsculo antes do nascer do sol (1Sm 30.17 NTLH; Mt 28.1 ARC). O anoitecer marcava o fim da tarde (Dt 16.6) entre o dia e a noite (Jr 6.4; Pv 7.9), ou podia significar literalmente “tarde” do dia (Mc 11.19), exatamente antes do despontar das estrelas (Ne 4.21). A tarde iniciava com o fim da manhã (1Rs 18.26) e marcava a hora da refeição (Gn 43.16). Além disso, referia-se ao “meio-dia” (Ne 8.3) ou “dia claro” (Am 8.9) e “calor do dia” (2Sm 4.5).

A divisão do Dia

O dia dividia-se em três partes: noite, manhã e tarde (Sl 55.17).
A meia-noite era o ponto central da noite (Mt 25.6; At 20.7). No Antigo Testamento, a noite era dividida em três vigílias (Jz 7.19; Êx 14.24), enquanto no Novo Testamento ela se dividia em quatro (Mt 14.25; Mc 13.35).
O termo “hora” era usado para significar “imediatamente” (Dn 3.6, 15 ARC) ou podia expressar a ideia da décima segunda parte da luz do dia (Jo 11.9).

A SEMANA - A semana era uma unidade composta de sete dias iniciada com a criação (Gn 1.31-2.2). A palavra “semana” significa “sete” (Gn 29.27; Lc 18.12). Na Bíblia, os dias da semana eram chamados “primeiro dia”, “segundo dia” e assim por diante (Gn 1.8-31; Mt 28.1), embora o sétimo dia fosse conhecido como o “Sábado” (Êx 16.23; Mt 12.1). O dia antes do Sábado era chamado “dia da preparação” (Mc 15.42) e os cristãos referiam-se ao primeiro dia da semana como o “dia do Senhor” (Ap 1.10).

O MÊS - o mês era a unidade de tempo estreitamente relacionada à lua. A palavra hebraica traduzida por “mês” também significava “lua” (Dt 33.14; ARC). A razão para a ligação entre o mês e a lua é que o início de um mês era marcado pela lua nova. A lua era cuidadosamente observada pelas pessoas dos tempos bíblicos. Quando surgia como quarto crescente, marcava o início de um novo mês.

O mês lunar era de aproximadamente 29 dias. Portanto, o primeiro quarto crescente de uma lua nova apareceria 29 ou 30 dias depois da lua nova anterior. Por vezes, não era visível por causa das nuvens. Mas seguia-se a regra de que a lua nova jamais seria contada acima de 30 dias após a última lua nova. Dessa forma, evitavam-se grandes variações no calendário.

O ANO - A palavra hebraica traduzida por ano tem origem na idéia de mudança ou ação repetida. Assim, o ano expressa o conceito de “um ciclo completo de mudança”. Visto que as estações se repetem, as pessoas fixam um calendário para dar conta dos acontecimentos anuais e para lembrá-las das estações futuras. O calendário girava em torno dos ciclos da agricultura.

As pessoas observavam as alterações climáticas e a duração dos dias em seu plantio e colheita. Festas religiosas também eram estabelecidas paralelamente ao ano agrícola. Nenhuma grande festa religiosa, por exemplo, era celebrada durante o tempo da maior colheita. Observava-se que havia quatro estações e que o ano tinha em torno de 365 dias. Embora os calendários nem sempre fossem precisos, os ajustes eram feitos periodicamente para compensar a falta de precisão.

SISTEMAS DE CALENDÁRIO

NO ANTIGO TESTAMENTO - a marcação do tempo nos dias do Antigo Testamento refletia principalmente os meses, as festas religiosas sazonais e o ano. 

O mês era marcado com a primeira aparição do quarto crescente da nova lua durante o pôr-do-sol. O primeiro dia de cada mês era considerado dia santo assinalado por sacrifícios especiais (Nm 28.11-15) e deveria ser anunciado com o toque de trombetas (Nm 10.10; Sl 81.3).
Normalmente, os meses eram designados numericamente: primeiro (Êx 12.2), segundo (Êx 16.1), terceiro (Êx 19.1), quarto (2Rs 25.3), quinto (Jr 28.1), sexto (1Cr 27.9), sétimo (Gn 8.4), oitavo (Zc 1.1), nono (Ed 10.9), décimo (Gn 8.5), décimo primeiro (Dt 1.3) e décimo segundo (Et 3.7).

O primeiro mês do calendário hebraico caía na primavera, entre março e abril. Em sua história primitiva, os israelitas adotaram os nomes cananeus dos meses, os quais estavam relacionados com a agricultura e o clima. Somente quatro desses nomes são mencionados no Antigo Testamento. O mês abibe (Êx 13.4; 23.15) era o primeiro mês (entre março e abril), na época da colheita da cevada, e significa “maturação do grão” (Lv 2.14). O mês de zive (1Rs 6.1, 37) era o segundo mês (abril/maio). Etanim era o sétimo mês (setembro/outubro), que ocorria durante a estação de chuvas. Bul (1Rs 6.38) era o oitavo mês (outubro/novembro), entre as primeiras e as últimas chuvas.
Esses quatro nomes estavam associados com as épocas mais importantes da agricultura durante o ano.

Em sua história posterior, a nação de Israel adotou todos os 12 meses do calendário babilônio como seu calendário civil. No entanto, nem todos os nomes desses meses estão arrolados na Bíblia. Os sete mencionados são: nisã, o primeiro mês (Ne 2.1); sivã, o terceiro mês (Et 8.9); elul, o sexto mês (Ne 6.15); quisleu, o nono mês (Zc 7.1); tebete, o décimo mês (Et 2.16); sebate, o décimo primeiro mês (Zc 1.7) e adar, o décimo segundo mês (Ed 6.15). O primeiro mês desse calendário também cai na primavera.

Visto que Israel era uma sociedade agrícola, seu calendário atendia suficientemente o povo e suas festividades religiosas. No décimo quarto dia do primeiro mês (que corresponde a março/abril), celebrava-se a Páscoa (Êx 12.18); do décimo quinto ao vigésimo primeiro havia a festa dos Pães Asmos (Lv 23.6); no décimo sexto dia eram dedicadas as primícias (Lv 23.10-14), com os primeiros brotos de cevada. O segundo mês (abril/maio) marcava a celebração de uma Páscoa posterior, no caso de alguns terem perdido a primeira celebração (Nm 9.10-11).

O dia de Pentecostes

No sexto dia do terceiro mês (maio/junho), o povo celebrava o dia de Pentecostes, também chamado festa das Semanas (Lv 23.15-22), em comemoração do término das colheitas de cevada e trigo. No sétimo mês (setembro/outubro), o primeiro dia era a festa das Trombetas (Lv 23.23-25; Nm 29.1), que celebrava o Ano Novo; o décimo mês era o Dia da Expiação (Lv 16.29-34; 23.26-32); do décimo quinto dia ao vigésimo segundo comemorava-se a festa dos Tabernáculos (Lv 23.33-43) em gratidão por todas as colheitas do ano. Desse modo, as festas estavam estreitamente relacionadas às colheitas.

No que se refere ao ano, o historiador judeu Josefo afirmou que Israel tinha duas ocasiões para comemorar o Ano Novo - o Ano Novo comercial, que começava no outono (sétimo mês), e o Ano Novo religioso, que tinha início na primavera (primeiro mês). Uma vez que os meses baseavam-se no sistema lunar e tinham uma média de 29 dias e meio, o ano teria 354 dias, ou seja, 11 dias a menos que o ano solar. Em apenas três anos, o calendário teria mais de um mês a menos.

Para ajustar o mês lunar com o ano solar, a Babilônia tinha um sistema sofisticado no qual acrescentavam-se sete meses ao calendário por um período de 19 anos, resultando em erro apenas de duas horas e quatro minutos no final do ciclo. Para a época, tal exatidão é notável. Israel deve ter ajustado seu calendário de modo semelhante, acrescentando um “segundo mês de adar” quando necessário.

ENTRE OS TESTAMENTOS

Durante o período em que os gregos governaram o mundo antigo, o calendário selêucida era largamente usado. Dois sistemas básicos eram utilizados para computar o tempo na era selêucida - o calendário macedônio e o babilônio. É difícil declarar com segurança qual dos dois sistemas era usado; no entanto, os judeus parecem ter feito uso do calendário macedônio. Isso significa que a era selêucida na história dos judeus teve início no primeiro dia do sétimo mês, tisri, em 312/311 a.C., aproximadamente.
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NO NOVO TESTAMENTO

O Novo Testamento não contém referência ao calendário romano ou gentio, ou, ainda, ao calendário judaico, exceto com relação aos dias da semana. Há também uma menção a “lua nova” (Cl 2.16).

O sábado é mencionado cerca de 60 vezes (por exemplo, Mt 12.1-12). O Novo Testamento também menciona o “primeiro dia”, domingo (Mc 16.2; Lc 24.1; At 20.7; 1Co 16.2), “o dia do Senhor”, domingo (Ap 1.10) e o “dia de preparação”, sexta-feira (Mt 27.62; Mc 15.42; Lc 23.54; Jo 19.14, 31, 42). No entanto, essas são referências aos aspectos de culto do calendário judaico. Especialmente no evangelho de João, a Páscoa é mencionada com frequência (Jo 2.13, 23; 6.4; 11.55; 12.1; 13.1; 18.39).

Outras festas mencionadas no Novo Testamento são a dos Pães Asmos (Mt 26.17; Mc 14.1, 12), a de Pentecostes (At 2.1; 20.16; 1Co 16.8), a festa dos Tabernáculos (Jo 7.2) e a festa da Dedicação (Jo 10.22).

Embora o Novo Testamento não faça referência ao calendário romano ou gentio, alude aos reinos de seus governantes. O exemplo mais específico é Lucas 3.1, que fala sobre o “décimo quinto ano do reinado de Tibério César”. Esse exemplo especifica o período de reinado de governantes na Judéia e nos territórios vizinhos, além do início do ministério de João Batista. Tal governo deve ter-se dado em 28-29 d.C., admitindo-se que Lucas usou o calendário juliano, que começava em janeiro, ou o calendário do reino, que iniciava em agosto. A referência mais genérica não se refere ao ano, e sim aos reinados dos imperadores César Augusto (Lc 2.1) e Cláudio César (At 11.28), dos governadores de província Quirino (Lc 2.1-2) e Gálio (At 18.12), do rei Herodes (Mt 2.1; Lc 1.5) e do etnarca Aretas (2Co 11.32).

Um problema do calendário do Novo Testamento é que os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas mencionam que Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos na véspera em que foi traído (Mt 26.19-20; Mc 24.16-17; Lc 22.13-15), enquanto o evangelho de João narra que os judeus não tinham celebrado a Páscoa nessa ocasião (Jo 18.28). Muitas tentativas foram feitas para resolver essa questão.

Possivelmente, a solução é que os três evangelhos narram a partir dos eventos da crucificação de acordo com o método galileu (com o início do dia ao nascer do sol) então usado por Jesus, os discípulos e os fariseus. João, entretanto, deve ter contabilizado de acordo com o método da Judéia (com o início do dia ao pôr do sol), sistema usado pelos saduceus. Se isso é verdade, sistemas diferentes de calendário devem ter sido usados ao mesmo tempo dentro da nação de Israel.

Dicionário Bíblico / Divulgação: Subsídios EBD