O apóstolo Paulo explica no
capítulo 9 de Romanos a verdadeira
situação espiritual do povo de Israel diante de Deus.
Eles criam que, sendo filhos de
Abraão, automaticamente tinham direito a todas as bênçãos da aliança de Deus
com Abraão e, por conseguinte, a justificação e a glorificação eram direitos
exclusivos dos judeus mediante o seu nascimento natural.
Mas, foi Israel quem rejeitou o
Salvador, pelo seu endurecimento espiritual. Assim como os gentios. Deus
colocou os judeus em situação de desobediência para usar de misericórdia com
todos.
Haverá um dia, então, que Israel
embora povo eleito, se voltará para Deus e todos os seus pecados serão tirados.
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I.
OS JUDEUS E O JUDAÍSMO
1.
O que é um judeu?
Responde o
rabino Morris Kertzer: “É muito difícil encontrar uma simples definição do que
é um judeu. Judeu é todo aquele que aceita a fé judaica. Esta é a definição
religiosa. Judeu é aquele que, não tendo afiliação religiosa formal, considera
os ensinamentos do Judaísmo — sua ética, seus costumes, sua literatura — como
propriedade sua. Esta é a definição cultural. Judeu é aquele que se considera
judeu ou que assim é considerado pela sua comunidade. Esta é a definição
prática”.
No Novo
Testamento, o termo “judeus” indica todo o povo de Israel que tem Abraão como
pai (Jo 8.56,57).
2.
Judaísmo.
E uma
religião que veio de Deus, através de Moisés no monte Sinai. Em nenhum momento
Jesus e Paulo desrespeitaram essa religião. O conceito que os rabinos tinham do
Judaísmo era calcado no Talmude, que era em si um fardo insuportável (Gl
1.13,14).
Paulo
conhecia profundamente o Judaísmo. Jesus disse que não se pode costurar remendo
novo em vestido velho, nem colocar vinho novo em odres velhos (Mt 9.16,17; Mc
2.21,22). Na visão do apóstolo, o judeu precisava despir-se do velho homem, e
aceitar a justiça de Deus pela fé em Cristo. Os judeus rejeitaram essa provisão
divina para a salvação, por isso Paulo critica a hipocrisia dos judeus.
3.
A responsabilidade dos judeus.
A responsabilidade
dos judeus é maior do que a dos gentios por causa de seus pendores religiosos e
das bênçãos espirituais que Deus lhes conferiu (Rm 9.4,5). Como as bênçãos
divinas foram dirigidas primeiramente aos judeus, o julgamento há de vir na
mesma proporção (Rm 2.9,10).
A ELEIÇÃO E
FUTURO DE ISRAEL
1. A
eleição de Israel.
Em
sua soberania, quis Deus para Si um povo que o amasse em espírito e em verdade
(Jo 4.24). Assim, resolveu, através de Abraão, fazer uma grande nação, com
todas as características das demais: terra (Gn 15.7; 17.8), povo (Gn 12.2;
15.4,5; 17.1,2) e governo (Êx 19.6).
Deus
constituiu um povo para que fosse a sua testemunha às nações (Gn 12.2-4; 22.18;
At 13.46,47). Uma nação eleita por meio da qual pudesse enviar o Salvador do
mundo (Gn 3.15; Jo 4.22) e confiar a Palavra, a fim de que esta fosse
preservada para todos os povos em todas as gerações (Rm 9.4,5).
a) A
chamada de Abraão.
Deus
celebrou com Abraão uma aliança eterna (Gn 12.1-3; 15.12-21), concedendo-lhe a
honra de ser o pai de todos os crentes (Is 51.1,2; Gl 3.8; Lc 19.8-10). A
Bíblia afirma que o patriarca guardou fielmente os preceitos e leis divinas (Gn
26.5). Sendo ele amigo de Deus, recebeu a visita do Senhor durante as suas
peregrinações (Gn 15.1; 18.1; Tg 2.23).
A
disposição de Deus em apresentar-se de forma especial a Abraão retrata a
importância da eleição do povo de Israel. Mas isto exigia confiança na Palavra
de Deus (Gn 15.1-6; 18.10-14) e obediência à ordem divina, para que o patriarca
deixasse a terra de sua parentela (Gn 12.4), passando a viver na Terra da
Promessa de maneira reta e justa (Gn 17.1,2).
b). O
descaso de Israel.
Israel,
como nação eleita e separada pelo Senhor, não foi zeloso e fiel em cumprir o
mandato que recebera de Deus. Por essa razão, os profetas condenaram-lhe a
ingratidão e a deslealdade (Jr 16.10-12).
Os
israelitas, apesar do clamor dos profetas, acabaram por repudiar suas
obrigações em relação à aliança divina (Êx 19.5,6; 32.1-25).
Os
profetas não hesitaram em ministrar o imutável amor de Deus para com Israel,
objetivando levar os fiéis a cumprirem os propósitos divinos (Jr 31.3; Os
11.1-4). Os que aceitavam voluntariamente as condições da aliança usufruíam dos
benefícios divinos (Dt 5.1-3; 30.11-20).
c). O pacto
divino não foi anulado.
Embora
os judeus tenham rejeitado a Cristo (Jo 1.11), o pacto de Deus para com Israel
permanece: “Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento” (Rm
11.29). Este é o tema que estudaremos nesta lição.
Na
Epístola aos Gálatas, Paulo demonstra que a igreja cristã teve sua origem na
vocação de Abraão (Gl 3.6-9). O vínculo pactual entre Deus e Israel permanece.
Logo, tanto para os gentios como para Israel, o único caminho para a salvação é
a fé em Cristo (Gl 3.11-29).
No
capítulo 10 de Romanos, Paulo explica, minuciosamente, que a salvação não
depende das obras, mas da fé em Cristo (Gl 3.8,9). Deus, em sua vontade
soberana, franqueou a salvação a todos os homens: “todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo” (Jl 2.32 cf. At 2.21; 10.34-36).
Por
conseguinte, não basta apenas o chamado de Deus para que o ser humano seja
salvo; é necessário que este responda positivamente à vocação divina (Rm
10.10-17).
2. O futuro
de Israel.
a) Deus
rejeitou o seu povo?
Paulo
responde a esta pergunta com uma negação contundente. Apesar de toda a
incredulidade e apostasia de Israel, havia um remanescente fiel que, à
semelhança dos sete mil que não dobraram os seus joelhos diante de Baal no
tempo de Elias, conservava piedosa e firmemente os termos da aliança. Desse
remanescente, o próprio Paulo fazia parte, bem como os israelitas que aceitam a
fé em Cristo: “Digo, pois: porventura, rejeitou Deus o seu povo? De modo
nenhum! Porque também eu sou israelita, da descendência de Benjamim” (Rm 11.1).
b) Um plano
especial de Deus.
Ao
falar sobre o endurecimento de Israel, Paulo continua mostrando o propósito de
Deus em relação ao seu povo. Embora os israelitas hajam tropeçado e caído, não
se pode dizer que esta queda impedirá a concretização dos propósitos de Deus
concernentes ao seu povo: “Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que
caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para
os incitar à emulação” (11.11,17,18,24,33).
3. O
retorno de Israel ao Senhor.
O
retorno de Israel ao Senhor é certo (Zc 12.7-10; Rm 11.26). Paulo recorre às
profecias para confirmar a declaração de que todo o Israel será salvo (Rm
11.26,27; cf. Is 59.20,21). Isto ocorrerá quando se “completar o tempo dos
gentios” no final da Grande Tribulação (Jr 30.7; Ez 20.34-38; Jo 19.37).
Israel
verá a Jesus como o Messias e se arrependerá por havê-lo rejeitado (Jo 1.11; Lc
13.34). Nesse período, os israelitas, como ramos naturais, serão enxertados na
própria oliveira, que é Cristo. E, assim, os descendentes de Abraão receberão
novamente a plenitude das bênçãos divinas (Zc 2.10).
A
revelação do plano divino da salvação levou o apóstolo a adorar a Deus. Paulo
reconhece o controle providencial de Deus na história da salvação e da
justificação através de Cristo (Rm 10.33-36).
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