DEFININDO
O TERMO EKKLESIA
Ekklesia
- Um Povo Chamado
O mais importante
na estrutura da Igreja e que lhe dá a razão de ser e de existir, é que ela seja
realmente constituída de um povo que, de acordo com as palavras de Jesus, tenha
sido tirado do mundo (Jo 15.19).
Essa realidade é
evidenciada, de modo claro, pela própria palavra que o Novo Testamento usa, em
sua língua original (grego), para "Igreja" - ekklesia.
Ekklesia é usada
no Novo Testamento 115 vezes e aparece em três significações distintas, porém
sempre tratando de algo que é chamado para fora, é usada:
• Três vezes para expressar uma assembleia de
comunidade grega, tanto legal (At 19.39) como ilegal (At 19.32,40). Na acepção
legal, os componentes da referida câmara eram chamados do convívio da família e
da sociedade para constituírem aquela assembleia.
• Duas vezes para designar o Israel de Deus
no Antigo Testamento (At 7.38; Hb 2.12), exprimindo, assim, como Deus chamou a
Israel dentre os povos para ser um povo seu (Dt 7.6-8).
• 110 vezes para designar a Igreja do Deus
vivo e revela grandes e importantes verdades sobre essa organização, como um
povo "chamado para fora":
Kaleo,
com relação à Igreja, nos faz pensar na chamada de Jesus aos pecadores perdidos
(Mt 9.13; Lc 19.10).
Deus chama por sua
soberana vocação (Fp 3.14), para comunhão com o seu Filho Jesus Cristo (ICo
1.9). Ek evidencia que por essa chamada fomos tirados das trevas (Cl 1.13), do
mundo (Jo 15.19) e dessa geração perversa (At 2.40).
A finalidade desta
"chamada para fora" é que sejamos: O povo de Deus (2Co 6.14-18); um
povo Seu, especial, zeloso de boas obras (Tt 2.14); uma geração eleita; um
sacerdócio real; uma nação santa; um povo adquirido (IPe 2.9).
Convém salientar
que somente quando a Igreja realmente é constituída de "um povo tirado
para fora" é que tem o direito de ser chamada "Igreja", no
sentido neotestamentário.
CARACTERÍSTICAS
E ORDENANÇAS DA IGREJA
No Novo
Testamento, a palavra Igreja não representa uma denominação ou um edifício,
mas, sim, cristãos que se reúnem para adorar a Jesus como seu Senhor e
Salvador.
A história da
Igreja remonta ao primeiro Pentecostes, após a morte e a ressurreição de Cristo.
Algumas pessoas questionam, dizendo: "Será que Jesus tinha a intenção de
fundar uma Igreja?". A resposta é "Sim". Ele reuniu discípulos
para que formassem uma comunidade de servos de Deus. Comparou-se a um bom
pastor, dando a entender que tem seguidores, dos quais ele cuida. Disse ainda
aos discípulos que edificassem sua Igreja (Mt 16.18). Paulo, em suas cartas,
refere-se a este como "corpo de Cristo" do qual Jesus é o cabeça, e
como "noiva de Cristo".
Um argumento que
às vezes se ouve de cristãos nominais é o de que adoram a Deus através de suas
atividades diárias. Afirmam "vê-lo através da criação", na natureza.
Embora o Senhor se agrade disso e encoraje essa atitude, desfrutar da presença
de Deus durante uma caminhada pelas montanhas, participando de uma festa ou
pescando não pode substituir a adoração a Deus em conjunto. Também é preciso
nos reunir para louvá-lo, ouvir a Palavra, orar, participar das ordenanças e
estar em comunhão com outros crentes.
AS
ORDENANÇAS
O
CONCEITO DE ORDENANÇAS
As ordenanças são
rituais que manifestam a graça de Deus aos crentes. É "um sinal exterior e
visível de uma graça interior e espiritual". As igrejas que enfatizam as
ordenanças crêem que elas transmitem graça ou funcionam como "canais"
para ela.
As ordenanças são
duas: o Batismo e a Santa Ceia. Foram instituídos por Jesus. Disse Ele aos seus
seguidores: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os" (Mt 28.19). E ainda, durante a última ceia, ao repartir o
pão e o vinho, Jesus disse: "Fazei isto em memória de mim" (Lc
22.19).
Além dos dois
sacramentos (batismo e eucaristia), as
igrejas católicas e ortodoxas reconhecem outros cinco.
São eles:
• A confirmação de votos feitos pelos pais ou
padrinhos no batismo, que confere aos "candidatos" o direito de
participar como membros da Igreja;
• A penitência ou reconciliação (antigamente
chamada de confissão), que, segundo eles, significa o perdão dos pecados
cometidos após o batismo;
• O matrimonio, a aliança entre duas pessoas,
realizada na presença de Deus;
• A ordenação que é a consagração, aos que
serão separados para o ministério;
• E a unção, que é o sacramento da cura.
O
BATISMO
O batismo é a
ordenança pelo qual uma pessoa é incluída na comunhão da Igreja. Tem sido praticado
desde o primeiro século. (Os quacres e o Exército de Salvação são as únicas
denominações de maior expressão que não praticam o batismo). Embora antigas, as
doutrinas a esse respeito variam muito e também são várias as maneiras do rito
ser realizado. Um autor o chamou de "as águas que dividem" o
cristianismo. Vejamos alguns exemplos
Primeiro, o
candidato deve fazer uma confissão pública de fé antes de ser batizado, por
causa do texto de Atos 2.38.
Segundo, a palavra
batizar significa "imergir". O batismo por imersão era a forma mais
comum na Igreja Primitiva e ainda o é entre os batistas, pentecostais e muitas
outras denominações. Na maioria das grandes denominações cristãs, no entanto, ele
é feito por aspersão (respingar água) ou por efusão (derramar água).
Finalmente, há aqueles que creem que o batismo purifica o pecado original.
Os católicos são
os principais seguidores dessa doutrina. Já outros o veem apenas como um sinal
da inclusão da pessoa na aliança divina.
A
SANTA CEIA
O segundo grande
sacramento é a santa ceia ou a santa comunhão. Em algumas denominações que
adotam os sacramentos, ela recebe o nome de eucaristia ("ato de
gratidão")- Na Igreja Católica, era conhecida como missa, do latim missio,
em referência a um antigo costume de pedir que as pessoas não batizadas se
retirassem da Igreja antes da celebração da eucaristia. (Hoje a palavra missa
diz respeito ao culto de adoração da Igreja Católica, sendo a eucaristia o rito
principal).
Na Igreja
Primitiva, era chamada de ceia do Senhor, e celebrada através de uma refeição
em conjunto. (Ver l Co 11.17-34).
Com relação ao
sacramento propriamente dito, há diferentes interpretações. Os católicos
romanos e algumas denominações protestantes creem que Cristo esteja
literalmente no pão e no vinho. Outros acreditam que Ele se faz presente em
espírito na distribuição do pão e do vinho, e não propriamente nos elementos da
ceia. Ainda, os congregacionais, os batistas, os pentecostais e os menonitas1,
por exemplo, creem que essa presença de Cristo é simbólica, como lembrança de
sua morte redentora. Essas denominações baseiam-se no que Jesus disse na última
ceia: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22.19).
AS
CARACTERÍSTICAS DA IGREJA
O Credo Niceno
afirma que a Igreja é única, santa, católica e apostólica, quatro
características que expressam sua missão nesta Terra.
• Única. Há milhares de
denominações, mas há somente "um corpo e um Espírito... um só Senhor... um
só Deus e Pai de todos" (Ef 4.4-6). Entretanto isso não significa que, por
ser única, a Igreja deva ser idêntica em todos os lugares. É possível haver
distinção em relação à história, linguagem, estrutura de liderança e formas de
adoração. Uma das tragédias que vemos nas denominações são as desavenças
"internas" a respeito da doutrina, das ordenanças, do trabalho
missionário e outras questões, quando há ainda tantos no mundo que precisam de
salvação.
• Santa. A palavra santo é
muitas vezes vista como sinónimo de "religioso", "piedoso" ou
"sagrado". Entretanto, com relação à Igreja, significa ser separada,
distinta e que tem uma missão a cumprir no mundo.
Católica.
Esse termo não está relacionado à expressão "católica romana".
Significa "universal". A Igreja de Deus é a mesma por todo o mundo,
criada para todos os povos, para que possamos ser uma família sob o senhorio de
Cristo.
Apostólica.
Esse termo descreve a Igreja fundada pelos apóstolos, e sua consonância com o
testemunho que davam a respeito de Jesus. Também está relacionado à missão de
anunciar as boas-novas "até aos confins da terra".
Fonte: Eclesiologia /
divulgação: sub-ebd.blogspot.com.br