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Um
dos casos mais dignos de nota acerca do ensino nas sagradas Escrituras é o caso
de Timóteo.
Esse
moço, cujo nome consta em duas cartas expressas do apóstolo Paulo, foi pastor
em Éfeso, e participou da terceira viagem missionária do apóstolo.
Sobre ele, diz
Paulo:
"Pela recordação que guardo de tua fé sem
fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe
Eunice, e estou certo que habita em ti" (2Tm 1.5). Nessa mesma Carta,
Paulo lembra a Timóteo: "E que desde a tua meninice sabes as sagradas
Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo
Jesus" (2Tm 3.15).
Esses dois versos
mostram uma conexão que deve ser preservada na igreja em nossos dias: a
educação cristã começa em casa, no ambiente familiar.
Paulo
mostra que desde pequeno Timóteo já era ensinado sobre as Escrituras, e com
certeza por sua mãe e sua avó.
Essas
mulheres, de forma doméstica, talvez sem um preparo teológico refinado,
ensinaram a Timóteo não a teologia, mas as Sagradas Escrituras.
Lóide
e Eunice, pelo que se depreende, não eram mulheres que tenham tido acesso às
questões teológicas aprofundadas de seu tempo, mas eram mulheres que conheciam
a Palavra de Deus e souberam, mais que tudo, transmitir a Palavra e a fé para o
menino Timóteo, que mesmo tendo um pai grego, cresceu crendo no Deus de Israel.
Isso é louvável, pois a base da fé de Timóteo foi lançada em casa.
O
exemplo de Lóide e Eunice ensinando Timóteo não é uma defesa contra o academicismo
ou o estudo da teologia em uma instituição formal.
Elas
fizeram o melhor dentro de suas possibilidades, e Deus as honrou, tanto que
Timóteo se tornou um grande obreiro. Mas o ministério de Timóteo foi
solidificado quando aprendeu um pouco mais com Paulo e sua experiência
missionária e pastoral.
Na
prática, vivemos em um país que, nos últimos anos, vem reconhecendo a Teologia
como um curso universitário, e aqueles que desejam, por exemplo, ser oficiais
militares capelães, precisam ter um curso superior de teologia reconhecido pelo
Ministério da Educação e Cultura, o que exclui os chamados cursos livres, que
tem uma visão, em tese, mais ministerial.
Ser um ministro do evangelho, mais do que ter
um curso livre ou reconhecido de teologia, exige vocação! Entretanto, a vocação
deve vir acompanhada do devido preparo científico, e esse preparo não deve ser
obstado.
Há
quem acredite que um curso livre preenche os requisitos para o acesso ao
ministério, mas os cursos reconhecidos preenchem e preparam com mais
profundidade acadêmica, tendo em vista a obrigatoriedade de se ter no grupo de
professores desses cursos pessoas com comprovada capacidade para a pesquisa e o
ensino.
Pessoas
que defendem a não participação de nossos jovens vocacionados em cursos
reconhecidos, quando ficam doentes, desejam ser atendidas por médicos que se
formaram em instituições formais e reconhecidas.
Ou
quando têm uma dúvida ou demanda jurídica, querem ser atendidos por advogados e
juízes que se formaram em instituições reconhecidas em Direito.
Porque
não estender essa mesma linha de raciocínio a outras áreas de conhecimento,
como a teologia?
Para ter um ministério, é preciso
vocação mais do que ter um curso de teologia. Entretanto, os vocacionados devem
se preparar melhor para o serviço ao Senhor.
Eunice
e Lóide não tinham, ao que parece, um bacharelado em teologia, e o próprio
Timóteo não o tinha, pois esse é um título de curso de uma era posterior,
quando os estudos se tornaram mais formais e serviram para organizar melhor o
preparo intelectual, técnico e científico.
Evidentemente
nem todos aqueles que buscam um curso de teologia o fazem para que possam ser
pastores, mas ao menos para que possam ser úteis na causa do mestre com um
pouco mais de conhecimento.
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