Analisaremos
alguns pontos negativos para a liderança e veremos algumas qualidades
indispensáveis para o equilíbrio na arte de liderar pessoas.
Tipos
Negativos de Liderança:
a)
Ditatorial: Sistema em que há um comando absoluto, indiscutível,
sem a participação espontânea do grupo, a não ser em acatar ordens.
O ditador não se
importa em saber o que seus subordinados pensam: as ordens devem ser cumpridas
à risca. Em geral, o sistema leva o grupo à revolta ou a um estado de letargia.
Pessoas
irritáveis, egoístas, brutais, etc, optam por esse sistema.
b)
Laissez-faire: (francês - deixar fazer). Sistema
em que, como o próprio nome indica, há uma passividade total pelo dirigente;
não toma decisões, nem interessa saber o que o grupo resolveu.
Em geral, o
dirigente é inseguro, com receio de assumir responsabilidades. É um oponente
natural ao sistema ditatorial; enquanto esse decide e ordena aos seus
subordinados, o tipo "laissez-faire", pela sua insegurança omite-se
em mandar: deixa que cada integrante do grupo faça o que quiser.
Pela ausência de
mando, gera-se a desorganização do grupo.
c)
Chefe Maquiavélico: Lideranças onde a intriga é a arma
usada. Há uma divisão no grupo, pela sistemática usada:
''cochichos",''diz-que-diz-que".
O lema desse tipo
de líder é: "Dividir para reinar".
d)
Chefe Vaidoso - o título de chefe é o mais
importante. Não se interessa pelo grupo, a não ser pelo fato de ter
subordinados em quem mandar. Gosta de ser bajulado e, em conseqüência, não
consegue ser imparcial.
e)
Chefe Instável: A instabilidade emocional lhe
assegura um "modus operandi!" idêntico: a mudança de ideia faz com
que transmita uma torrente de ordens. Muito difícil ao grupo concluir um só
trabalho, visto que dá vários objetivos a serem alcançados.
f)
Chefe Paternalista: Afigura-se a um sistema caseiro e,
como o próprio nome indica, chefia em relacionamento de pai para filho. Usa a
bondade em sentido lato.
Equilíbrio
do Líder
No sistema de
liderança ocorre sempre um esbanjamento de equilíbrio, confiança e cooperação.
O equilíbrio em suas orientações provém de várias qualidades que lhe são
inerentes:
a) Autocontrole -
As reações são controladas pelo líder. Não se deixa levar por impulsos, procura
analisar e compreender as motivações de seus subordinados, evitando irritações
prematuras.
b) Compreensão de Outrem -
O líder procura compreender os problemas de cada integrante do grupo, e,
fazendo com imparcialidade, pesa as qualidades e os defeitos, dando às
primeiras o devido valor, e, às vezes, finge desconhecer certos defeitos.
Não raramente
preocupa-se com fatos estranhos aos interesses do grupo, desde que ligados
intimamente a seus integrantes; tudo fará para que a tranqüilidade da pessoa
volte ao normal.
c) Procura da Unanimidade -
O consenso do grupo deve ser unânime; sabe-se que, às vezes, a minoria está com
a razão. Alerta a equipe dos problemas que surgem, e lhe dá uma oportunidade de
discutir francamente os fatos. Lançando as questões com franqueza, provoca a
participação individual dos membros. Todos devem dar suas opiniões. E, com essa
situação, cria um ambiente de camaradagem e cooperação.
d) Respeito Humano -
Karl E. Ettinger, "in" RELAÇÕES HUMANAS, ensina que: "Em todo o
mundo, os homens reagem da mesma forma ante um tratamento amável ou severo.
Pode haver diferença no que se entenda por atitude amável ou severa, mas o
sentido desses termos deve ser entendido de acordo com a interpretação dos
subordinados e não do chefe..." Isso vale dizer que o grupo decide
tacitamente a maneira como quer ser tratado, desde que com dignidade.
''Respeite para
ser respeitado".
A recíproca é
verdadeira.
O dirigente do
grupo tem uma importância fundamental no ambiente de trabalho. Suas atitudes
são refletidas em seus liderados, ocasionando o espírito de imitação. Os
psicanalistas dizem que os liderados identificam-se com os seus líderes.
A Psicologia
Social ensina que, quando ocorre um desaforo por parte de uma pessoa, por
razões diversas não é retrucado; mas fica aguardando uma oportunidade, e logo
que aparece, desencadeará uma sucessão de desaforos. Este estado de tensão se
transmite de pessoa a pessoa, como se fosse um vírus. Logicamente, se houver o
respeito humano, esse será transmissível a todos os participantes do grupo e
fora dele.
e) Enfrentar as Tensões e Conflitos - Vivemos em um mundo conturbado,
onde as tensões e conflitos surgem a todo instante e com as tensões devemos
estabelecer uma maneira de convivência. "Liderar pessoas consiste ao mesmo
tempo em liderar tensões", conforme se expressou o professor Pierre Weill,
da Universidade Federal de Minas Gerais.
Quanto aos
conflitos, cabe ao dirigente analisá-los em conjunto com o grupo, e a esse cabe
dar uma solução, nascendo um clima de franqueza e compreensão mútua.
f) Obtenção da Cooperação dos Dirigidos - Vários pontos devem ser adotados
pelo dirigente:
1.
Recompensa ao esforço
- A civilização do castigo impera em quase todos os sentidos. Sempre há algo
que nos impede de fazer o que pensamos. Numa organização, deve se constatar a
recompensa.
Estamos cônscios
de que um elogio valoriza a pessoa e isso gera o desejo de melhorar ainda mais.
2.
Compreensão
- O tratamento com paciência pelo líder, em ocasiões em que a produtividade cai
por motivos pessoais, é levado a uma compreensão, faz com que haja no futuro uma
compensação, em termos de rendimento.
3. Tratamento
cortês - Toda a pessoa gosta de ser bem tratada, e
retribuirá, tanto em reciprocidade, como a outras pessoas.
Ocorre um
desencadeamento de cortesia, o que não implica em servilismo.
4.
Sentimento de importância
- O desejo de ser importante está entre os mais poderosos desejos do homem. A
estima e o reconhecimento do que julgam ser seus valores é um desejo do
indivíduo. Todos são importantes na vida cotidiana, não interessando o serviço
que estejam executando. Há um valor devido.