Não basta o título
de chefe para que o grupo venha obedecer automaticamente à pessoa por estar ela
investida de autoridade. Necessário se faz uma gama de qualidades pessoais para
que a direção do grupo possa efetivamente dirigi-lo.
Existem dois
caminhos, pelos quais se pode conseguir que uma pessoa faça o que se quer:
persuasão ou força. O líder, e principalmente o líder cristão, deverá sempre
optar pelo primeiro, o qual consiste em apelar à razão, ao raciocínio; produzir
convicção, tendo sempre em mente:
"NÃO POR
FORÇA NEM POR VIOLÊNCIA, MAS PELO MEU ESPÍRITO, DIZ O SENHOR DOS
EXÉRCITOS" (Zc 4.6).
O poder de mando
será efêmero se a pessoa não estiver capacitada a exercê-lo. Essa capacitação
envolve fatores espirituais, educacionais, intelectuais e psicológicos, dentre
outros; e mais o de observação de experiências adquiridas, ou de exemplos de
outros.
Na Igreja do
Senhor, onde impera o poder de Deus, o obreiro que tem um grupo de pessoas sob
sua responsabilidade deverá estar mais bem preparado que o restante do grupo,
pois a ele são reservadas as decisões finais. Para tanto, é bom recordar o
magnífico exemplo do sábio Salomão, um dos grandes líderes do passado:
"Naquela
mesma noite Deus apareceu a Salomão, e disse-Ihe: Pede o que quiseres que eu te
dê. E Salomão disse a Deus: Tu usaste de grande beneficência com meu pai Davi,
e a mim me fizeste rei em seu lugar. Agora, pois, ó Senhor Deus, confirme-se a
tua palavra, dada a meu pai Davi; porque tu me fizeste rei sobre um povo numeroso
como o pó da terra. Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que
possa sair e entrar perante este povo; porque quem poderia julgar a este teu
tão grande povo? Então Deus disse a Salomão: Porquanto houve isto no teu
coração, e não pediste riquezas, fazenda, ou honra, nem a morte dos que te
aborrecem, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti
sabedoria e conhecimento, para poderes julgar o meu povo, sobre o qual te pus
rei, sabedoria e conhecimento te são dados; e te darei riquezas, e fazenda, e
honra, qual nenhum rei antes de ti teve, e depois de ti não haverá" (2 Cr
1.7-12).
O apóstolo Paulo
não hesitou em aconselhar o jovem pastor Timóteo no preparo para ser um bom
dirigente de Igreja:
''Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade" (2 Tm 2.15).
"Persiste em
ler..." (1 Tm 4.13).
Tiago empresta uma
grande contribuição nessa área, como se vê na citação seguinte:
"E, se algum
de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o
não lança em rosto, e ser-lhe-á dada" (Tg 1.5).
A maioria dos
dirigentes não se aproxima suficientemente das pessoas que dirigem.
Freqüentemente existe uma parede invisível entre direção e subordinados; às
vezes, por complexos de superioridade, outras vezes por medo de que seja
descoberta uma personalidade não condizente com sua função (bondoso,
introvertido, etc.)
Sabe-se que um
dirigente insensível pode não só aniquilar a iniciativa e o espírito de
cooperação no ambiente de trabalho, como também influir na felicidade da vida
familiar do subordinado.
A direção de
grupos enfrenta o problema de eliminar tensões e atritos dentro da organização
e de ajudar a criação de um ambiente de respeito mútuo e de cooperação.
Necessidade
de Direção
Desde o grupo mais
rudimentar, constituído por apenas dois indivíduos, um sempre deverá comandar.
E, partindo-se daí, quanto maior o grupo, mais sucessivas as chefias, porém
sempre existindo.
"E tu dentre
o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que
aborreçam a avareza, e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem,
maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez" (Êx 18.21).
Vivemos num mundo
que tem dependência total de uma direção, de uma maneira ou de outra. A
obediência a alguém começa na infância com a subordinação aos pais; na escola,
aos professores, e, transferindo-se, no trabalho, a superiores hierárquicos,
como na Igreja aos professores da Escola Dominical, aos líderes, aos pastores.
Face a essa transferência de autoridade, ocorre uma subordinação de pessoa a
alguém, acostumando-se em ser dirigida, que se sente mal em dirigir.
Cabe à direção
criar condições para que influências comunitárias, grupais ou familiares
favoreçam o objetivo organizacional. A elevação da capacidade potencial de cada
pessoa pode ser elevada em dez vezes mais se adequadamente motivada; tarefa
essa atribuída não só ao grupo, como mais à direção.
A maioria dos
dirigentes não se aproxima suficientemente das pessoas que dirigem, parece que
existe uma parede divisória, invisível. Produzir a evolução do homem,
liberando-o de uma total dependência à chefia, passá-lo da condição de autômato
à de homem consciente de suas responsabilidades é tarefa do dirigente.
Todo grupo social
deve ter alguém que o comande, que o dirija não só por necessidade psicológica,
como também administrativa; alguém que coordene os esforços individuais,
dividindo as responsabilidades.
Conceitos
Básicos de Liderança
Do vocábulo inglês
leader que significa guia, chefe.
Do verbo inglês to
lead, cujo significado é conduzir, guiar, comandar, pilotar, levar, governar,
capitanear, mostrar o caminho, dominar-se.
Liderança é o
exercício da autoridade num grupo social.
Liderança é a
influência interpessoal exercida numa situação, por intermédio do processo de
comunicação, para que seja atingida uma meta.
Liderança é um
tipo de direção onde a espontaneidade em participar do trabalho é lugar comum:
há confiança e cooperação. Nesse sistema, a predominância do líder é marcante,
pela personalidade em dirigir o grupo com a participação espontânea de seus
integrantes.
LÍDER:
E todo indivíduo
que, graças à sua personalidade, dirige um grupo social com a participação
espontânea dos seus membros. Desse conceito destacam-se dois tópicos:
a) direção de
grupo social;
b) participação
espontânea do grupo.
Sem isso não
haveria um perfeito equilíbrio e a existência do líder seria contestável. O
líder sempre dá o exemplo, com seu entusiasmo, cooperação, confiança e interesse
pelo trabalho. Dá mais valor ao grupo do que a ele próprio; pois sabe que
decisões conjuntas são mais perfeitas e mais fáceis de serem executadas; cada
um tem uma responsabilidade parcial, o que contagia o todo.