Durante séculos o
povo de Israel esperava pelo cumprimento das promessas de Deus concernentes à
vinda do Messias e do Reino de Deus. O nascimento de Jesus aconteceu em
cumprimento a essas promessas. Logo, a notícia de seu nascimento era
inegavelmente, uma notícia alvissareira.
A luz disso,
podemos concluir que sentido original do termo evangelho é o de notícia alvissareira
a respeito do cumprimento da providência de Deus para a salvação dos pecadores,
que se realizou com a vinda de seu Filho ao mundo.
I.
A PALAVRA EVANGELHO (Rm 1.16)
Leia também:
1.
Etimologia.
A palavra "evangelho"
vem de duas palavras gregas eu, que quer dizer "bom", e de angelia, que significa "mensagem,
notícia, novas". Assim, a palavra euuangelion
quer dizer "boas novas, notícias alvissareiras". Essa palavra aparece
tanto no Antigo Testamento como na literatura extra-bíbllca.
No hebraico é bessorah (2 Sm 18.20,25,27; 2 Rs 7,9),
que Septuagintâ traduziu por euuangelion.
Originalmente
.significava "pagamento pela transmissão de uma boa notícia". Com o
tempo, passou a ganhar novo significado no mundo romano de fala grega, em
virtude do culto ao imperador, pois a palavra euuangelion era usada para anunciar o nascimento deste ou a sua
coroação.
2.
Novo Testamento.
Esse vocábulo, que
é encontrado 76 vezes em todo o Novo Testamento, só aparece no singular; o
verbo euuangelizo,
"evangelizar", 54; e euuangelistes,
"evangelista", três. O Senhor Jesus Cristo é o conteúdo do evangelho:
sua vinda, seu ministério terreno, seu sofrimento, morte e ressurreição (Rm
1.1-7).
É a mensagem de
Cristo que salva o pecador (Jo 3.16; Rm 1.16).
É o meio empregado
por Deus para a salvação de todo aquele que crer (l Co 15.2). Só através do
evangelho é que o homem conhece a salvação na pessoa de Jesus. O evangelho de
Cristo é a única resposta para este mundo que perece em consequência do pecado.
3.
Os três estágios da palavra evangelho.
a)
No mundo grego, tinha o sentido de recompensa por trazer boas novas.
b)
No Antigo Testamento (Septuaginta), o vocábulo indica as próprias boas novas.
Aparece em termos proféticos com o mesmo sentido que encontramos no Novo
Testamento: "Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas
novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que
diz a Sião: O teu Deus reina!" (Is 52.7). Veja o seu cumprimento em
Romanos 10.15.
c)
No Novo Testamento são as boas novas que falam do Reino de Deus, da salvação e
do perdão dos pecados na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. É o evangelho da
graça de Deus (At 20.24).
II.
OS QUATRO EVANGELHOS
1.
É a mensagem de salvação.
O evangelho é a
mensagem transformadora do Calvário; não é meramente um livro. Se não é um
livro, por que chamamos as quatro primeiras seções do Novo Testamento de
"evangelhos"?
Essa nomenclatura
é externa, e surgiu a partir do séc. II, mas parece haver apoio interno para
isso: "Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus" (Mc
1.1).
O evangelista
Marcos, depois dessa declararão, passa a narrar o ministério público de Jesus,
que consiste no conteúdo segundo livro na ordem do Novo Testamento, assim o
termo “evangelho novo estilo literário.
2.
A natureza do evangelho.
Mateus, Marcos,
Lucas e João são a base do Novo Testamento; é impossível compreender a este sem
os quatro evangelhos.
a)
Os evangelhos sinóticos.
Os três primeiros
evangelhos são chamados de sinóticos. Este nome vem de duas palavras gregas syn, que significa "com", e opsis, "ótica, vis-ta".
Palavra
"sinótico" quer dizer visão conjunta".
Isto se aplica a Mateus, Marcos e Lucas porque eles são uma sinopse da vida de
Cristo.
Eles contêm muitas
semelhanças entre si no conteúdo e na apresentação.
b)
O Evangelho de João.
Enquanto os sinóticos
registram o ministério incessante e intenso do Senhor Jesus, as parábolas, os
milagres e todos os demais feitos do Mestre, João preocupou-se mais 'em
descrever em discursos profundos e abstratos de Jesus, revelando a sua deidade
absoluta!
O propósito é
mostrar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que a fé em seu nome dá a todo
o que nEle crê a vida eterna: "Estes, porém, foram escritos para que
creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida
em seu nome" (Jo 20.31).
III.
A PROMESSA DE DEUS
1.
O resumo do evangelho.
O capítulo 1 da epístola
aos Romanos é uma síntese do evangelho; é a mais bela de todas as introduções
das epístolas paulinas.
Em tão poucas
palavras, diz tudo o que o homem precisa saber sobre Jesus.
Alguém sugeriu que
todos os crentes a decorassem para recitá-la diariamente como uma confissão de
fé. Essas poucas palavras falam da origem divina e humana de Jesus, e descrevem
o plano de Deus para a redenção da humanidade.
2.
O plano de Deus.
O evangelho não é
algo surgido de improviso, pois Deus o havia prometido desde "antes dos
tempos dos séculos" (Tt 1.2). A Bíblia diz que Deus o prometeu "pelos
seus profetas nas Santas Escrituras" (Rm 1.2). O Messias foi sendo
revelado de maneira sutil e progressiva. Cada profeta apresentou um perfil do
Salvador, até que a revelação se consumou na sua vinda.
Há inúmeras
profecias messiânicas e alusões diretas e indiretas ao Messias, e destas, cerca
de 20 passagens apontam Jesus como o filho e sucessor do rei Davi.
Mateus inicia o
seu evangelho associando o Messias aos dois maiores pilares do Antigo
Testamento. Abraão e Davi (Mt 1.1).
O apóstol Paulo
ressalta, aqui, a realeza do Filho do homem (Rm 1.4).
IV
O EVANGELHO QUE SALVA
1.
O caráter universal do evangelho.
A Bíblia diz que
todos os homens são pecadores e precisam reconciliar-se com Deus (Rm 3.23;
5.12). Não existe salvação sem Jesus (At 4.12). Ele mesmo disse: "Ninguém
vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6). No livro de Atos, encontramos o
Espírito Santo impulsionando os cristãos no trabalho da pregação do evangelho.
O alcance do evangelho, em tão pouco tempo, foi extraordinário, Ê o cumprimento
da ordem de Jesus: "Até os confins daterra" (At 1.8).
2.
A evangelização.
O evangelho é a
mensagem de que o mundo tanto carece. Já faz dois mil anos que os cristãos vêm
pregando esta mensagem, e ela continua sendo, a cada dia, sempre nova e eficaz.
A evangelização, o
discipulado e a intercessão são as três principais colunas do crescimento da
Igreja.
Cada igreja deve
elaborar um projeto, com metas bem definidas, para alcançar os pecadores. O
apóstolo Paulo diz que o evangelho salva, mas é preciso permanecer nele (l Co
15.1,2). Evangelizar é tarefa de todos os crentes.
3.
Influência do evangelho na legislação das nações.
O evangelho de
Cristo tem influenciado muitas nações. Haja vista a Inglaterra e os Estados
Unidos. Herdeiros de grandes avivamentos espirituais, ambos os países garantem,
através de legislações inspiradas na Bíblia, o respeito aos direitos humanos, a
preservação da qualidade de vida e a justa distribuição de renda. Infelizmente,
o mesmo não acontece nos países que se fecharam às Boas Novas de Cristo.
Oremos, pois, a
fim de que o Brasil seja totalmente evangelizado, pois, feliz é a nação que se
acha compromissada com o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
O Senhor Jesus
constituiu a Igreja como a única agência do Reino de Deus na terra encarregada
de anunciar as boas novas de salvação. É necessário, pois, a mobilização de
toda a Igreja para que essas metas sejam alcançadas. Cada crente dos dias
apostólicos era um dedicado, fervoroso e próspero ganhador de almas (At 8.4).
Jesus foi enviado
ao mundo para salvar os pecadores (Mt 11.28-30), através da mensagem do
evangelho (l Tm 1.15). Deve ser a nossa a resolução do apóstolo Paulo:
"Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do
grego" (Rm 1.16).
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