Classe
de Jovens / 1° trimestre de
2016 / Editora: CPAD
TEXTO
DO DIA
“Pois assim como por uma só ofensa veio o
juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de
justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida’’(Rm
5.18).
LEIA
TAMBÉM
SÍNTESE
A
condenação eterna veio pela ofensa de um ato de desobediência do primeiro Adão,
porém o dom gratuito da salvação veio de um ato de obediência de Cristo, que justifica
toda pessoa que nEle cre.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
- Rm 5.15 Peta desobediência de Adão a morte passou a reinar
TERÇA
- Rm 14.17 Pela obediência de Cristo veio um novo reino de justiça
QUARTA
- Rm 5.16 O dom gratuito da salvação
QUINTA
- At 94 O apóstolo antes de conhecer a graça de Cristo perseguia a igreja
SEXTA
- Rm 5.20 A lei veio para que a ofensa do pecado abundasse
SÁBADO
- Rm 10.4 Jesus é o fim da lei
OBJETIVOS
•
EXPLICAR que a graça de Cristo porporciona justiça e vida;
•
MOSTRAR o que é a graça de Cristo;
•
SABER que a graça de Cristo reina pela justiça para a vida eterna.
INTERAÇÃO
Caro(a) professor(a), esta lição é uma continuidade da lição
anterior, que enfatizou a desobediência de Adão, e suas consequências,
pecado-condenação-morte. O assunto desta tição é mais “agradável”, pois a
ênfase está na graça de Cristo. Ao lermos a respeito da condenação sobre o pecado
de Adão e sua descendência, podemos não entender o objetivo da criação do ser
humano, se considerarmos que não tinha como se justificar. Todavia, uma questão
relevante e pouco explorada nos estudos sobre o tema é o fato de Deus ter
retido o julgamento sobre a humanidade até que a base para absolvição no
julgamento fosse providenciada, a morte expiatória de Cristo.
O que torna ainda mais interessante é a iniciativa proativa de
Deus de ter planejado a solução, antes da fundação do mundo (Ef 1.4; 1 Pe 1.20;
Ap 13.8; 17.8). Motivo suficiente para nos mobilizarmos contra a prática do
pecado e sermos gratos pela misericórdia e graça de Deus.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor (a), para a aula de hoje sugerimos uma dinâmica. Você
vai precisar providenciar uma cópia da tabela abaixo, mas somente a coluna à
esquerda com os dados referentes a Adão. Os alunos vão preencher a segunda
coluna. Para a realização desta atividade, reserve alguns minutos no final da
aula para o preenchimento e também para que façam algumas considerações. O
propósito é revisar o conteúdo aprendido.
RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE ADÃO E CRISTO
ADÃO
Transgressão
Desobediência
Condenação
Pecado
Morte
CRISTO
Justiça
Obediência
Justificação
Graça
Morte
Vida
TEXTO BÍBLICO
Romanos 5.15-21
INTRODUÇÃO
Ao
estudarmos Romanos 5.1-11 nós vimos que os crentes são justificados e
reconciliados com Deus por meio da fé no sacrifício de Cristo. Este conceito da
certeza da salvação por meio de Cristo é reforçado no texto que vamos estudar
nesta lição (Rm 5.15-21), com a informação paulina de que a graça de Cristo vai
além do que mera anulação do pecado, pois mais do que simplesmente anular os
efeitos do pecado, outorga ao crente a vida eterna com Deus.
I - A GRAÇA DE CRISTO
PROPORCIONA JUSTIÇA E VIDA (vv. 15-19)
1. A graça
de Cristo abundou sobre todos os que creem (v.15). Neste
momento o apóstolo não faz mais uso da dicotomia entre judeus e gentios, a
abordagem da história da redenção é realizada em um escopo universal.
A
dicotomia agora é entre o relacionamento de dois homens: o primeiro e o segundo
Adão (Cristo). A parte da humanidade quese
relaciona com o primeiro Adão está debaixo da sentença de morte por causa da
desobediência e pecado, enquanto a outra parte tem a segurança da vida eterna
por causa da obediência e graça de Cristo, que abundou e desfez os efeitos do
pecado. Em Cristo a humanidade renasce para uma vida plena com Ele.
A
graça tem muito mais a oferecer, o tempo da graça é eterno, portanto,
infinitamente maior do que o tempo da escravidão no pecado e morte espiritual A
participação na morte (justificação) e na ressurreição de Cristo
(glorificação), faz-nos passar da morte para a vida.
2. O dom
gratuito da salvação veio de muitas ofensas para justificação (vv. 16,19).
O
apóstolo chama o pecado de Adão de ofensa para contrastar com a palavra
"dom". Enquanto o pecado de Adão trouxe julgamento e condenação para
muitos, a obra de Cristo na cruz foi abundante sobre muitos, aqueles que
reconheceram seu sacrifício pela fé, sendo justificados.
Se
a condenação daqueles que estão em Adão é certa, muito mais garantida é a vida
eterna por meio da graça e do dom da salvação para as pessoas que estão em
Cristo.
O
contraste entre a condenação introduzida por Adão e a justificação assegurada
por Cristo, traz de volta o tema central de que a justificação está disponível
para “todos os que creem” (Rm 3.22). Como vimos a justificação é exclusiva para
os que creem e não para “todos", como afirmam alguns que defendem o
universalismo (salvação para todas as pessoas, justas ou injustas).
3. A graça
de Cristo trouxe um reino de justiça (vv. 17-19).
Pela
desobediência de Adão a morte passou a reinar, enquanto Cristo pela sua
obediência trouxe um novo reino de justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm
14,17). Desse modo, é inconcebível que os que conheceram a Cristo e se dizem
cristãos salvos deixem de se esforçar em benefício do reino de Deus e pela
justiça, como PauLo vai enfatizar nos próximos três capítulos (Rm 6-8).
Quem
pertence a Cristo deve observar sua vida de obediência como vemos em Filipenses
2.8: “achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à
morte e morte de cruz”. A obediência de Cristo à vontade revelada de Deus
envolve uma vida toda, assim também o crente deve envolver-se no reino da justiça,
obedecendo à vontade revelada de Deus em sua Palavra.
Pense!
“Que
um único erro de alguém deveria ser respondido com julgamento, é perfeitamente
compreensível: que o acúmulo do pecado e da culpa de todas as eras deveria ser
respondido com o livre dom de Deus, esse é o milagre dos milagres, muito além
da compreensão humana" (Granfield).
O
Ponto Importante
A
graça de Cristo está disponível a todos, mas somente as pessoas que creem na
obra de Cristo a desfrutarão, pessoas que se submetem de forma contínua à
vontade revelada de Deus.
II
- A GRAÇA DE CRISTO (v. 20)
1. Paulo
era testemunha viva de alguém que havia sido privado pela lei.
A
ênfase muda, agora não é mais a dicotomia entre Adão e Jesus, mas a lei. O apóstolo
tinha propriedade para falar sobre a privação daqueles que estavam debaixo da
Lei.
Certamente
ele tinha em mente a rejeição de Jesus pelos judeus, além de o terem entregado
aos romanos para ser crucificado. E o próprio Paulo, quando motivado pelo rigor
da lei perseguia os cristãos, pensando estar fazendo um favor para Deus. Paulo
e os judeus de sua época, pela lei, afundaram no pecado. O que disse Jesus com
relação aos judeus e seus algozes, durante sua crucificação?
Foram
somente palavras de perdão e misericórdia “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o
que fazem” (Lc 23.34a). Para Paulo, no caminho de Damasco, Ele disse: “Saulo,
Saulo, por que me persegues?" (At 9.4). A graça de Cristo superabundou
para Paulo e demaisju- deus que creram nEle. Paulo não podia deixar de
testemunhar da liberdade que ele alcançou em Cristo.
2. Paulo e
seu relacionamento com os crentes judaizantes. Novamente
o ensino apostólico entra em conflito com a doutrina de redenção sinagoga
judaica, pois para os crentes judaizantes o cumprimento concreto da lei
constitui o homem justo diante de Deus.
O
cumprimento da lei,
segundo o ensinamento judaico, garante ao judeu um tesouro para a absolvição no
dia do julgamento. Os judeus não conheciam outra forma de salvação a não ser
pela lei, este era o cerne da doutrina judaica.
O
zelo demasiado fazia com que eles confiassem em suas próprias obras e impedia
que eles alcançassem a justificação para qual a lei aponta. Os judeus deveriam
ter deixado de procurar estabelecer a sua própria justiça pela prática da lei
porque por ela ninguém será justificado, visto que todos, judeus e gentios,
estão debaixo do pecado.
Paulo,
mesmo não havendo consenso pleno, jamais rompeu com os apóstolos
judeu-cristãos. Contudo, o apóstolo entendeu seu chamado especial, evangelizar
aos gentios, conhecidos como “os sem lei", mas justificados por meio de
Cristo Jesus.
3. O
legalismo na Igreja de Cristo.
O
conteúdo histórico-redentor da doutrina de Paulo demonstra que a única base
para a justificação é a morte e ressurreição de Cristo, sendo que Jesus é o fim
da Lei para justificação de todo aquele que crê (Rm 10.4). Com isso, é possível
compreender nossa insuficiência, culpa e dependência da graça de Deus.
O
problema do legalismo não é somente algo do judeu, mas está presente como uma
tentação para os cristãos também. É comum hoje encontrar crentes legalistas que
não se dão conta da incoerência de suas posições, eles afirmam confiar em
Cristo como Salvador, mas sentem que precisam fazer algo para merecer a sua
salvação. Pastores se debatem contra o legalismo de suas ovelhas. Problemas de
depressão espiritual têm, por vezes, como raiz uma apreensão defeituosa e
distorcida da justificação pela fé, Ademais, na evangelização do povo
brasileiro é imprescindível focalizar que Cristo põe fim à tendência humana de
pensar que se pode “comprar" com obras a eterna salvação.
Pense!
Pelo
pecado de Adão veio a lei para demonstrar a incapacidade de o ser humano se
salvar.
O Ponto Importante
O
apóstolo Paulo havia “bebido" do exclusivismo da lei judaica, mas uma vez
experimentado a graça de Cristo e liberto, dedica praticamente todo o período
de seu ministério para pacientemente esclarecer os cristãos judaizantes que a
salvação ocorre por meio da fé em Cristo, gratuitamente.
III
- A GRAÇA DE CRISTO REINA PELA JUSTIÇA PARA A VIDA ETERNA (v. 21)
1. Deus faz
justiça.
A
base para absolvição no julgamento divino é a morte de Cristo e, antes da
primeira vinda de Jesus, Deus fazendo justiça, não havia dado o castigo devido
pelos pecados de todas as gerações anteriores. Portanto, reteve seu julgamento
e fez de Cristo o meio de propiciação mediante sua morte, após ter ajuntado os
pecados do mundo e lançado sobre Cristo.
Na
morte de Cristo Deus demonstra o julgamento justo e na sua ressurreição a prova
de sua justiça. Conforme já visto, a ideia legal de um ambiente forense é
demonstrada no fato de Cristo ter sofrido a morte de cruz em nosso lugar, Ele
que sem pecado, foi feito pecado por nós, para que nEle fossemos feitos justiça
de Deus. Aqueles que estão em Cristo, pela fé, são absolvidos no julgamento de
Deus.
2. A
absolvição pela fé em Cristo.
Cristo
realizou aquilo que é impossível aos homens, para obter-lhes a justiça, a qual
ele lhes oferece gratuitamente pela fé, à parte das obras da lei.
Os
judeus deveriam, portanto, ter compreendido que Cristo, para aquele que crê,
põe um fim a esta maneira errônea de buscar a justiça pelas obras da lei.
Conforme já parcialmente mencionado, Paulo não está afirmando que a lei foi
abolida, ele está tratando a partir da perspectiva da experiência dos crentes,
do problema do legalismo dos judeus: Cristo, para o crente, é o fim do
legalismo.
A
graça de Deus é dada sem lei, ou seja, é uma experiência caracterizada pela
alegria que causa, pois não exige de quem recebe nenhum pressuposto ou preparo,
simplesmente é um puro presente que jorra de Deus sobre sua criação humana. Uma
vez justificado, basta ao crente manter sua fé obediente em Cristo para ter uma
vida eterna com Deus, não descuidando de sua salvação, seu bem mais precioso.
O Pense!
Jovem,
que vida você tem escolhido? A vida da desobediência à vontade de Deus, como o
exemplo de Adão, ou a vida de obediência, como o exemplo de Cristo?
O Ponto Importante
O
fruto da desobediência humana só pode desfrutar do complexo gerado a partir de
Adão: pecado- condenação-morte. Mas todas as pessoas que seguirem o exemplo de
obediência de Jesus desfrutarão da salvação completa: justiça-
justificação-vida eterna.
SUBSIDIO 1
“!...] Jesus é o segundo Adão, o fundador de uma nova raça de
homens e mulheres nos quais a vida foi restaurada. Ao estabelecer novo
relacionamento, através de Jesus Cristo, o Filho de Deus, nos afastamos do
reino do pecado para o reino da justiça e da vida, onde reina a graça. Somos
finalmente capazes de nos tornar aquele que, segundo a intenção de Deus, a humanidade
sempre teria sido.
Aplicação.
É difícil entender a razão exata por que ou como tudo isso é
verdade. No entanto, não podemos duvidar que o pecado de Adão causou uma grande
mutação em nossa raça. e se tornou a fonte inesgotável do pecado e do sofrimento.
O pecado de Adão mudou seu relacionamento com Deus, e também modelou nossa
inata atitude em relação ao Senhor.
No final, 'pecado' e 'morte', e também 'vida' e justiça' são
todos termos relacionais, pois seu significado mais profundo reflete a verdade
sobre a natureza de nosso relacionamento com Deus. Não é somente o que fazemos
que nos transforma em pecadores; é o fato de estarmos alienados de Deus. Não é
o que fazemos que nos salva, pois o que pode salvar é o relacionamento com Ele.
E no evangelho, através de Jesus Cristo, isto se tornou agora disponível a
todos nós" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. i,ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 301).
SUBSIDIO
2
Graça
O
conceito de graça é multiforme e sujeito a desdobramentos nas Escrituras
Sagradas. No AT, hen, favor, é o favor imerecido de um superior a um
subalterno. No caso de Deus e do homem, hen é demonstrado por meio de bênçãos
temporais, embora também o seja por meio de bênçãos espirituais e livramentos,
tanto no sentido fisico quanto no espiritual Ur 31.2; Êx 33.19). Hesed,
benevolência, é a firme benevolência expressa entre as pessoas que estão
relacionadas, e particularmente em alianças nas quais Deus entrou com seu novo
povo e nas quais sua hesed foi firmemente garantida (2 Sm 7.15).
Na
literatura grega a palavra charis tinha os seguintes significados:
(1)
Era usada para aquilo que causava atração, tal como a graça na aparência ou na
fala. (2) Era usada quanto a um favor.
Mas
foi somente com a vinda de Cristo que a graça assumiu seu significado pleno.
O
seu auto-sacrificio é a graça propriamente dita (2 Co 8.9). Essa graça é
absolutamente gratuita. Quando recebida pelo crente, ela governa sua vida
espiritual compondo favor sobre favor. Ela capacita, fortalece e controla todas
as fases da vida. Consequentemente, o cristão dá graças (charis) a Deus pela
riquezas da graça em seu dom inefável (2 Co 9.15)" (Dicionário Bíblico
Wycliffe i,ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p, 876).
CONCLUSÃO
Nesta
lição, estudamos a relação tipológica entre Adão e Cristo (segundo Adão) e foi
possível constatar 0 que eles trazem de similar é o fato de ter 0 ato de cada
um, desobediência e obediência, respectivamente, implicado em consequências
para os grupos que pertencem a eles, morte eterna separada de Deus ou vida
eterna com Deus.
HORA DA REVISÃO
1. Por que o apóstolo chama o pecado de Adão
de “ofensa”?
O
apóstolo chama o pecado de Adão de ofensa para contrastar com a palavra dom.
2.O que
defende o universalismo?
O
universalismo defende que no julgamento final todas as pessoas serão salvas,
independente de terem sido justas ou não durante sua vida terrena.
3.O que
Jesus disse durante sua crucificação com a respeito dos judeus e seus algozes?
Jesus
disse somente palavras de perdão e misericórdia: “Pai, perdoa-lhes, porque não
sabem o que fazem” (Lc 23.34a).
4. Qual era
o cerne da doutrina judaica?
A
crença de que o cumprimento da lei garante ao judeu um tesouro para a
absolvição no dia do julgamento. Os judeus não conheciam outra forma de
salvação a não ser pela lei, este era o cerne da doutrina judaica.
5. Explique
a frase: Deus faz justiça, uma vez que não julgou o ser humano antes da morte
de Cristo.
A
base para absolvição no julgamento divino é a morte de Cristo e, antes da
primeira vinda de Jesus, Deus fazendo justiça, não havia dado o castigo devido
pelos pecados de todas as gerações anteriores. Reteve seu julgamento e fez de
Cristo o meio de propiciação.