Lições Bíblicas de Adulto - 2º Trimestre de 2016.
OBS. Subsídios
teológico para a lição 1 – A Epístola aos Romanos
O tribunal está repleto de um drama intenso enquanto o advogado do queixoso tenta provar a culpa, e o advogado do réu constrói o caso tentando provar a inocência deste. O juiz e os jurados ouvem atentamente preparando-se para dar o
veredicto.
Embora não houvesse romanos presentes na corte, esta carta, dirigida
aos crentes romanos, se parece com o depoimento de um advogado, enquanto Paulo,
lenta e habilmente, introduz o caso a favor do Evangelho.
Paulo era estudioso e um viajante do mundo. Ele era fariseu e cidadão
romano. Porém, mais importante, Paulo era um seguidor de Jesus Cristo. Por não
ter visitado Roma, escreveu esta carta para
se apresentar aos crentes dali e preparar caminho para sua visita.
Assim, sob a inspiração do Espírito Santo, ele claramente delineou a mensagem
cristã. Seus leitores saberiam que este cidadão romano era, primeiramente, um cidadão do Reino dos Céus, um irmão em Cristo.
AUTOR
Paulo (Saulo de Tarso): Fariseu, apóstolo, missionário pioneiro da
igreja.
Quando Paulo escreveu sua carta para a igreja em Roma, ele ainda não
havia estado lá, mas está claro que havia levado o Evangelho desde
“Jerusalém... até ao Ilírico” (15.19). Ele planejava um dia visitar e pregar em
Roma, e esperava continuar levando o Evangelho mais longe na direção oeste -
até mesmo à Espanha.
Paulo era, cultural e religiosamente, um judeu de nascimento e por
opção. Sabemos pouco sobre sua juventude exceto que ele era de
Tarso, que estava situada a uma grande distância ao norte e a oeste de
Jerusalém, na Cilícia.
Ao adentrar o cenário bíblico na confrontação com Estevão (At 7.58)
vemos Paulo como um jovem fariseu zeloso da fé e dando sua aprovação à morte de
Estevão. Mais tarde, ficamos sabendo que Paulo havia sido treinado por
Gamaliel, o mestre judeu mais respeitado daqueles dias (At 22.3). Paulo era tão
profundamente judeu que se tornou obcecado pela eliminação da jovem seita
cristã que ele via como herege (At 8.1-3; 9.1,2).
Paulo era judeu, mas era também um cidadão romano (At 22.28). O
poderoso Império Romano estendia-se para muito além da Italia, através da
Macedônia e da Ásia, até os limites da Judéia.
Embora todos os que viviam no território conquistado estivessem sob a
dominação romana, nem todos eram cidadãos romanos. Este era um privilégio
especial. Era possível se tornar um cidadão romano por nascimento (nascido de
pais que eram cidadãos) ou pela compra deste título. E com a cidadania romana
vinham certos direitos e garantias (por exemplo, o direito a um julgamento
justo e o direito de ter livre trânsito pelo império).
Assim, Paulo tinha dupla cidadania - em Israel e em Roma - e ambas
eram importantes para ele. Mas Paulo era ainda um cidadáo de uma outra nação, o
Reino de Deus. Como judeu zeloso, munido com a autoridade do sumo sacerdote,
tinha viajado para Damasco para encontrar e capturar cristãos; porém ele foi
confrontado por Cristo (At 26.12-18).
Daquele momento em diante, Paulo tinha um novo Imperador, um novo
Comandante em chefe.
O Ministério de Paulo.
Após sua conversão a Cristo (At 9.1-19), Paulo passou três anos em
Damasco com Ananias e os outros discípulos daquela cidade (G1 1.18). Lá começou
seu ministério (At 9.20-23). Paulo retornou então a Jerusalém, patrocinado por
Barnabé, que o encorajou e o apresentou aos apóstolos.
Mas depois de atentados contra sua vida por parte de seus antigos
colegas, zelosos judeus, ele foi enviado
pelos apóstolos a Tarso. (Passar-se-iam quatorze anos antes que ele retornasse
a Jerusalém - veja G1 2.1)
Paulo permaneceu na regiáo norte por cerca de oito anos, firmando-se
na fé e ensinando nas igrejas, especialmente em Antioquia (At 11.25,26).
A igreja em Antioquia comissionou Paulo e Barnabé, enviando-os na
primeira viagem missionária (At 13.2,3) a Chipre, Panfília e Galácia (At
13.4-14.28). Esta viagem ocorreu em 46—48 d.C. Em cada cidade, Paulo tentava
primeiro alcançar os judeus com o Evangelho; depois os gentios, que estavam
fora da sinagoga, os quais respondiam em grande número.
A resposta dos gentios enfurecia, ainda mais, os judeus e levava até
mesmo os apóstolos e outros crentes a questionarem o ministério de Paulo. Mas o
problema de levar o Evangelho aos não judeus foi, de certa forma, resolvido no
Concílio de Jerusalém em 50 d.C. (Atos 15).
Paulo realizou outras duas viagens missionárias, estabelecendo igrejas
em Éfeso, Filipos, Tessalônica, Corinto e outras cidades ao longo da costa
mediterrânea e em seu interior. Essas viagens ocorreram em 50-52 e em 53-57
d.C. Durante a sua terceira viagem missionária, Paulo decidiu retornar a
Jerusalém para entregar a oferta em dinheiro que ele havia coletado entre as
igrejas, embora soubesse que inimigos o estivessem esperando (At 20.22-24).
A chegada de Paulo em Jerusalém foi inicialmente pacifica (At
21.17-19), mas quando ele foi reconhecido no templo, uma turba violenta o
cercou e tentou matálo (At 21.27-32). Isso levou sua conversa com o comandante
e o início de uma série de julgamentos que por fim o levaram a Roma em 59 d.C.
(At 28.11-16).
Embora estando sob a guarda romana em uma casa, Paulo foi capaz de dar
continuidade ao seu ministério, enquanto estava em Roma, ensinando a todos que
vinham para visitá-lo e ouvi-lo. Além disso, ele foi capaz de escrever as
“Epístolas da Prisão”: Efésios,
Filipenses, Colossenses e Filemom. Esta condição durou dois anos (At
28.17-31).
De acordo com a tradição, Paulo foi
libertado após esses dois anos. Algumas razões para essa tradição são as
seguintes:
(1) Lucas não fornece uma versão detalhada do julgamento de Paulo
diante de César e Lucas era um historiador detalhista;
(2) a acusação tinha dois anos para levar o caso a julgamento e pode ser
que o prazo tivesse se esgotado;
(3) na carta de Paulo aos Filipenses, escrita durante seu
aprisionamento em Roma, ele sugeria que logo seria libertado e faria mais
viagens;
(4) Paulo mencionou vários lugares onde pretendia o Evangelho, mas ele
nunca havia visitado esses lugares em suas três primeiras viagens; e
(5) a antiga literatura cristã fala claramente sobre outras viagens de
Paulo.
Após sua libertação, Paulo provavelmente partiu em outra viagem
missionária até Éfeso onde deixou Timóteo (1 Tm 1.3), indo depois para Colossos
(Fm 22) e depois para a Macedônia. Ele pode ter também realizado seu objetivo
de ir até a Espanha (Rm 15.24, 28). Por fim, ele provavelmente foi para o leste
e visitou Creta (Tt 1.5), onde deixou Tito para organizar e liderar a igreja.
Durante este período de liberdade, Paulo escreveu 1 Timóteo e Tito.
Por fim Paulo foi preso uma segunda vez e retornou a Roma. Esta experiência
na prisão difere grandemente da primeira - desta vez Paulo ficou isolado e
sozinho, aguardando a execução (2 Tm 4.9-18). Entretanto ele foi capaz de
escrever 2 Timóteo. Paulo foi martirizado na primavera de 68 d.C.
Do início até o fim o ministério de Paulo se concentrou em levar as
boas novas de Cristo ao mundo. Apesar do assédio e da violenta perseguição, ele
corajosamente aproveitou cada oportunidade para falar aos outros sobre o
Salvador, ensinando, pregando, fazendo sua defesa no tribunal e compartilhando
a Palavra de Deus com cada pessoa, individualmente. Paulo tinha a sua
identidade e cidadania em Cristo.
Ele estava comprometido a obedecer a Deus, seu verdadeiro Imperador,
não importando o que acontecesse.
Ao escrever para a igreja em Roma, portanto, ele estava primeiro
escrevendo como um cidadão dos céus. Ainda assim, Paulo estava também
escrevendo como um cidadão romano para as pessoas que viviam no ápice do poder
do mundo - a capital do Império Romano. Paulo sentia a tensão entre essas duas
lealdades; ele conhecia os conflitos que seus reitores estariam enfrentando.
DATA E LOCAL
Escrita em Corinto em 57 d.C. Durante o ministério de Paulo em
Corinto, ele encontrou Áqüila e Priscila, judeus que haviam deixado Roma
seguindo uma ordem do imperador Cláudio (At 18.2).
Eles eram fabricantes de tendas, um negócio que Paulo também conhecia.
Enquanto esteve em Corinto, Paulo viveu e trabalhou com Áqüila e Priscila, e
teve um impacto tremendo no crescimento espiritual deles (At 18.3).
Mais tarde este casal devoto retornou para Roma e tornou-se líder na igreja
local (Rm 16.3-5). Durante esta viagem, Paulo estava levantando uma oferta em
dinheiro para a igreja em Jerusalém, que era pobre e lutava contra uma penúria
devastadora.
Durante três anos desta viagem Paulo ministrou em Éfeso. Mas após uma
revolta (At 19.23-41), ele partiu para a Grécia, onde permaneceu por três meses
(At 20.2,3) antes de partir para Jerusalém com o dinheiro que havia coletado
(Rm 15.25,26).
Grande parte dos três meses foi passada em Corinto. Foi quando Paulo
escreveu sua carta aos romanos. Note a referência a Gaio, um crente coríntio (1
Co 1.14) que era conhecido dos crentes em Roma (Rm 16.23).
Embora Paulo nunca houvesse estado em Roma, há muito tempo ele ansiava
ir até lá (Rm 1.9-13). O apóstolo estava planejando visitar a igreja de Roma em
seu caminho para a Espanha, após entregar à igreja de Jerusalém o dinheiro que
havia coletado (Rm 15.25-29).
DESTINATARIOS
Cristãos em Roma A cidade de Roma. Roma era a capital do vasto e
poderoso Império Romano, um império que se estendia da Britânia à Arábia.
Verdadeiramente, todas as estradas levavam a Roma. Seria, portanto, natural que
Paulo quisesse visitar essa grande cidade, não meramente como um cidadão
cumpridor dos seus deveres ou um turista curioso, mas como um evangelista
abençoado que desejava atingir o mundo para Cristo.
Fundada em 753 a.C., Roma estava estrategicamente localizada no rio
Tigre como uma passagem indispensável para viajar entre o norte e o sul da
Itália.
Nos dias de Paulo, Roma era a maior cidade do mundo, com uma população
de aproximadamente um milhão de pessoas. Rica e cosmopolita, a cidade era o
centro diplomático e comercial do mundo.
O Império Romano fornecia estabilidade, ordem, e o sistema legal para
os lugares conquistados. A paz romana transformava viajar em algo seguro, e as
estradas romanas em trajetos rápidos e fáceis.
Existem evidências de uma colônia judaica em Roma datada do segundo
século a.C. A colônia era pequena até a incorporação da Judéia ao Império
Romano em 63 a.C., quando Pompeu pediu a deportação de judeus para Roma. Então
a população judaica se expandiu. Em 59 a.C., Cícero escreveu que os judeus de
Roma eram um grupo grande, poderoso e influente.
Durante o período da República Romana (527-509 a.C.) os romanos
adotaram e “romanizaram” os deuses gregos. Assim Zeus, o rei dos deuses,
tornou-se Júpiter, Hera tornou-se Juno, Posêidon tornou-se Netuno, Hermes
tornou-se Mercúrio, e Afrodite tornou-se Vênus. A adoração ao imperador também
era encorajada. Esta adoração era imposta em vários graus, dependendo da
disposição do imperador.
Os judeus tinham padrões de adoração muito diferentes, e nunca
adoravam ao imperador; assim, a comunidade judaica foi freqüentemente
perseguida e expulsa de Roma. Áqüila e Priscila foram deportados de Roma por um
edital de Cláudio em 49 d.C. Cada vez que o edital de deportação prescrevia, os
judeus retornavam. Este era o caso do edital de Cláudio.
Como
era ser cristão em Roma?
Era ser minoria distinta e oprimida. De muitas maneiras Roma era uma
cidade secular preocupada com problemas financeiros e políticos. Mas era também
uma cidade muito religiosa. Sua religião pagã era centrada em Júpiter e outros
deuses, e incluía muitas superstições. Sendo assim, judeus e cristãos que
insistiam em apenas um Deus eram vistos como ateístas porque eles negavam a
existência de todas as outras divindades.
Inicialmente, o cristianismo era tolerado em Roma como uma seita do
judaísmo. Mas nos últimos anos do reinado do imperador Nero (54—68 d.C.) ele
autorizou a perseguição, tortura e matança de cristãos. Em 64 d.C., grande
parte de Roma foi destruída por um incêndio que muitos pensavam ter sido
ordenado pelo próprio
imperador. Nero, entretanto, acusou os cristãos da cidade pelo incêndio,
tirando de si a culpa por quaisquer atrocidades.
A
morte dos cristãos
O historiador
secular Tácito escreveu:
A morte dos cristãos se tornou um esporte. Eles eram cobertos com
peles de animais selvagens e destroçados em pedaços por cachorros. Ou amarrados
a cruzes em que era ateado fogo para servir como tochas à noite... Nero havia
oferecido seus jardins para o espetáculo, e fazia exibições em seu circo,
misturando-se com a multidão, caracterizado como um cocheiro de biga ou montado
em sua carruagem (Annals 15.44).
Durante essas terríveis perseguições, os cristãos eram obrigados a
escolher entre oimperador e Cristo; aqueles que escolhiam Cristo, muitas vezes
morriam por sua fé.
Acredita-se que Pedro e Paulo foram vitimas do terror de Nero. A
igreja em Roma. Os fundadores da igreja em Roma não são conhecidos. Ela não foi
iniciada por Pedro - seu ministério era voltado aos judeus, e parece que ele passou
a permanecer em Roma logo após a chegada de Paulo por volta de 60 d.C.
A igreja que estava ali não foi fundada por Paulo - ele admitiu não
ter estado lá (Rm 1.11-13; 15.23,24). E mais provável que a igreja tenha sido
iniciada por judeus que estavam em Jerusalém para a celebração da Páscoa, e que
se converteram através do poderoso sermão de Pedro e a descida do Espírito
Santo em 30 d.C. (At 2.5-40).
Esses novos crentes logo se juntaram a viajantes como Áqüila e
Priscila que ouviram as boas novas em outros lugares e a levaram para Roma.
Primeiramente a igreja romana era judaica; ou seja, os membros eram
judeus que se tornaram crentes em Jesus como seu Messias. Porém ao longo dos
vinte e sete anos subseqüentes, muitos cristãos de todo o Império Romano haviam
migrado para Roma; alguns deles se converteram através da mensagem do próprio
Paulo, e muitos deles eram gentios. Os anfitriões eram, provavelmente, uma
pequena comunidade de crentes e não uma igreja altamente organizada. Ou seja,
não havia líderes ordenados
de qualquer espécie. E os cristãos romanos realizavam os cultos em
várias casas e em outros locais de encontro, e não em uma igreja (16.5,14-16).
Quer fosse organizada ou não, essa igreja se tornara grande e
influente - “Em todo o mundo é anunciada a vossa fé” (1.8). A comunidade da
igreja refletia a sociedade romana; isto é, era uma mistura cosmopolita de
crentes de uma vasta variedade de origens e modos de vida.
OCASIÃO E PROPÓSITO
O propósito principal para esta carta de Paulo ser escrita naquele
momento era preparar o caminho para sua visita a Roma, informar os crentes em
Roma de seus planos de visita, e conseguir o apoio deles para o seu futuro
ministério na Espanha.
Paulo ansiava por visitar Roma e se Deus quisesse, logo ele estaria lá
(1.10-13). O apóstolo sabia que Roma era a cidade mais importante do império,
com uma influência que se espalhava por toda parte - ministrar ali seria
estratégico.
Paulo queria também contra-atacar qualquer mal entendido a respeito de
seus objetivos e de sua mensagem - havia uma difamação muito difundida dirigida
a ele por alguns colegas cristãos e muitos judeus (por exemplo, veja 1 Coríntios
3 e 2 Coríntios 10-12). Para muitos cristãos romanos, Paulo era apenas um nome;
eles nunca o haviam encontrado e apenas tinham ouvido falar dele.
Assim, Paulo consumiu algum tempo para construir sua credibilidade e
autoridade demonstrando cuidadosamente sua teologia. É como se ele estivesse
dizendo: “Aqui está quem eu sou e aquilo em que acredito”.
Outro propósito para Paulo escrever era edificar os romanos em sua fé,
pois eles não tinham líderes ou mestres apostólicos. Ele conhecia os conflitos
inevitáveis que se apresentariam aos cidadãos do Reino de Cristo na maior
cidade do Império Romano. Esta era uma igreja que náo possuía uma Bíblia
completa — eles tinham as Escrituras hebraicas (o Antigo Testamento), mas os
Evangelhos ainda não haviam sido escritos e as outras Epístolas haviam sido
enviadas para outras igrejas.
Esta carta, portanto era a primeira peça de literatura estritamente
cristã que esses crentes veriam. Assim, sob a inspiração do Espírito Santo,
Paulo, de forma clara e cuidadosa, redigiu esta obra prima teológica que traz a
forte mensagem do supremo poder de Deus, e da justificação pela fé.
MENSAGEM
Após uma breve introdução, Paulo apresenta os fatos do Evangelho (1.3)
e declara a sua fidelidade a ele (1.16,17).
Ele dá continuidade à mensagem, construindo um caso incontestável para
a perdição da humanidade e a necessidade da intervenção de Deus (1.18-3.20).
Paulo apresenta, então, as boas novas: a salvação está disponível para todos,
independente da identidade, do pecado ou do patrimônio da pessoa. Somos salvos
por um ato de generosidade - não conquistada nem merecida - de Deus através da
completa fé em Cristo e em sua obra consumada.
Através dele podemos estar diante de Deus justificados e “inocentes” (3.21-5.21).
Sobre esta base, Paulo entra diretamente em uma discussão sobre a liberdade que
vem com a salvação - liberdade do poder do pecado (6.1-23), liberdade do
domínio da Lei (7.1-25), liberdade para se tornar igual a Cristo e descobrir o
ilimitado amor de Deus (8.1-39).
Falando diretamente a seus irmãos e irmãs judeus, Paulo compartilha
sua preocupação para com eles, e explica como eles se encaixam no plano de Deus
(9.1- 11.12). Deus criou o caminho para que os judeus e os gentios se unissem
no corpo de Cristo; os dois grupos podem louvar a Deus por sua sabedoria e amor
(11.13-36).
Paulo explica o que significa viver em completa submissão a Cristo;
Usar os dons espirituais para servir aos outros (12.3-8), amar genuinamente aos
outros (12.9-21) e ser bons cidadãos (13.1-14). A liberdade precisa ser guiada
pelo amor enquanto ajudamo-nos uns aos outros a crescer na fé, sendo sensíveis
e ajudando àqueles que são mais fracos (14.1-15.4).
O apóstolo finaliza a sua carta revendo suas razões para ter escrito,
delineando seus planos pessoais (15.22-33), cumprimentando seus
amigos, tecendo alguns comentários finais e enviando os cumprimentos
de seus companheiros de viagem (16.1-27).
Os principais temas no livro de Romanos incluem: Pecado, Salvação,
Crescimento Espiritual, Soberania e Serviço.
Pecado (1.18—3.20). Antes de anunciar as Boas Novas, Paulo dá a má
notícia: Toda a raça humana permanece condenada como pecadora, merecendo a ira
e a punição de Deus. Desde a rebelião de Adão contra Deus, nossa natureza tende
a desobedece-lo.
Nosso pecado nos separa de Deus. O pecado faz com que queiramos seguir
nosso próprio caminho ao invés do caminho de Deus. Porque Deus é moralmente
perfeito, justo e imparcial. Ele está certo em condenar o pecado. Todos os
seres humanos são pecadores. Todos os seres humanos são culpados — merecedores
da pena capital.
1- IMPORTÂNCIA PARA HOJE.
É fácil apontar o dedo para os outros, observando os seus pecados,
fechando os olhos à sua evidente condenação.
Ao agir assim, nós muitas vezes nos comparamos a eles e dessa forma
desculpamos nossa própria desobediência e fraquezas. Mas a terrível verdade é
que todas as pessoas pecaram, por se rebelarem contra Deus ou por ignorarem a
sua verdade. Quando comparados com o padrão de perfeição de Deus somos
completamente reprovados. Assim permanecemos condenados, não importa quão
religiosos sejamos. Independentemente de nossa vivência, ou do quanto tentemos
viver dentro de bons padrões morais, não conseguimos obter a salvação ou
remover nossos pecados.
Só Cristo pode nos salvar. Salvação (3.21—5-21). Os romanos tinham uma
variedade de deuses e crenças religiosas para escolher. Em nossa sociedade
pluralista, que tem em alta conta a “tolerância e a mentalidade aberta”, uma
ideia popular é que todas as religiões são essencialmente “a mesma coisa”, e
igualmente eficazes. Os cristãos, portanto, são muitas vezes vistos como de
mentalidade estreita e dogmáticos ao insistirem em que Cristo é o único caminho
para Deus. Mas isso é o que Jesus ensinou, e é a verdade que Paulo afirma aqui
em Romanos.
2- IMPORTÂNCIA PARA HOJE.
Embora possamos perder popularidade ao insistir em que a salvação vem
somente através da fé em Cristo, devemos ser leais em nosso compromisso com o
Evangelho porque ele é a verdade. Devemos explicar que a exclusividade da
mensagem está longe de ser hermética e tacanha - ela é uma Boa Nova.
Após reconhecermos a completa perdição em nossos pecados, podemos
dizer: “Graças a Deus há um caminho!” Ao crer em Jesus Cristo e aceitá-lo como
Salvador, homens e mulheres podem entrar em um novo e maravilhoso
relacionamento com Deus.
Crescimento
Espiritual (6.1-8.17).
Os novos seguidores de Cristo devem amadurecer em seu relacionamento
com Deus fugindo continuamente do pecado e obedecendo a Deus. Paulo explica que
pelo poder de Deus os crentes são libertados do ciclo de pecado e morte e são
santificados — consagrados. Isto significa que eles são separados do pecado e
habilitados a obedecer e a se tornar mais parecidos com Cristo (6.1-7.6).
Embora libertar-se do grilhão do pecado possa ser trabalhoso,
os cristãos podem ser totalmente libertos, por causa da obra de Cristo
e através do poder do Espírito Santo (7.7-25). E quando os crentes estão
crescendo em seu relacionamento com Cristo, o Espírito Santo os liberta das
exigências da lei e do medo do julgamento (8.1-17).
3- IMPORTÂNCIA PARA HOJE.
Por estarmos livres do controle do pecado, das exigências da lei e do
medo da punição de Deus, podemos crescer em nosso relacionamento com Cristo. Ao
confiarmos no Espírito Santo e deixarmos que Ele nos ajude, podemos vencer o
pecado e as tentações (8.1,2).
Soberania
(8.18—11.36).
Uma palavra que resumiria o governo romano é poder. Neste ambiente,
Paulo expressou a mensagem da soberania de Deus. Esta é uma verdade crucial
para os cristãos romanos entenderem e crerem, pois é neste ponto que o reino de
Deus e o reino de Roma atingirão o maior conflito. Logo os crentes terão que
escolher entre a fidelidade a Roma e a fidelidade a Cristo. Conhecer o reino de
Deus tornará essa escolha muito mais fácil.
4- IMPORTÂNCIA PARA HOJE.
O nosso mundo também é obcecado por poder- na política, nos negócios,
e nos relacionamentos. Poder significa controle, influência, segurança e tranquilidade.
Em face dessa avidez pelo poder, os cristãos podem se sentir isolados
e sozinhos. E como uma minoria sem poder, podemos nos
sentir discriminados e perseguidos. Como os crentes romanos,
precisamos ouvir a mensagem de Paulo reafirmando a soberania de Deus,
lembrando-nos de que a nossa fidelidade não é para com os insignificantes
deuses deste mundo e suas ofertas sem valor de poder e prestígio. Nós
pertencemos ao Soberano do universo.
Serviço
(12.1—15.13).
O tema final de Paulo é o servir; servir a Deus e aos outros membros
do corpo de Cristo, a igreja. Embora os cristãos constituíssem uma pequena minoria
da população de Roma, eles ainda podiam fazer a diferença para Cristo. Como?
Vivendo como homens e mulheres “transformados” (12.2).
Durante aqueles dias difíceis, com todas as pressões e tentações da
sociedade que os cercavam, era importante para os cristãos serem um grupo unido
(15.5) e amoroso.
Se os homens e as mulheres verdadeiramente honrarem a Cristo como
Senhor, os resultados desta atitude serão patentes em suas vidas. Eles serão
conhecidos por seu amor na comunidade e na igreja.
5- IMPORTÂNCIA PARA HOJE.
Se nós, os crentes, pretendermos causar algum impacto neste mundo de
uma forma favorável a Cristo, devemos amar como Cristo
amou, ajudando aqueles que precisam e servindo com humildade e graça.
Este exemplo de amor deve começar em nossas igrejas. A unidade, o
encorajamento e o apoio devem ser o nosso objetivo, no lugar dos muitos
alardeados argumentos, separações e, até mesmo, processos legais. As pessoas
levarão as afirmações de Cristo a sério quando virem o que Ele fez na vida
daqueles que são portadores de seu nome — os cristãos.
ESBOÇO DE ROMANOS
I. Em que
Acreditar (1.1-11.36)
A. A pecaminosidade da Humanidade
B. O perdão dos pecados através de Cristo
C. A libertação do domínio do pecado
D. O passado, presente e futuro de Israel
II. Como se Comportar
(12.1-16.27)
A. Responsabilidade pessoal
B. Notas pessoais
Fonte: Comentário Bíblico Aplicação Pessoal, CPAD
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