INTRODUÇÃO
Atenção! Este conteúdo faz parte do curso 1
para professores da Escola Dominical. Acesse aqui
o curso Completo.
A Escola
Dominical, instituição surgida no século XVIII na Inglaterra e presente nas
igrejas evangélicas em todo o mundo, e particularmente nas Assembleias de Deus
no Brasil, vem colaborando com a formação de novos crentes e obreiros.
Em muitas
localidades, vemos uma efervescência na transmissão da Palavra de Deus por meio
do ensino da Escola Dominical, mas em outros locais, infelizmente, a Escola
Dominical parece mais uma programação à qual os crentes não precisam ir.
Esta série de dois
artigos do novo curso da revista Ensinador Cristão, que damos início nesta edição,
tem por objetivo fazer uma breve análise da importância da Escola Dominical
para o crescimento da igreja, tanto no que diz respeito à transmissão do ensino
bíblico de forma sistematizada quanto no que concerne à formação de ministros e
obreiros leigos para o serviço cristão.
Dessa forma,
busca-se não apenas fazer uma análise sobre a importância da Escola Dominical
na vida da igreja local, mas igualmente motivar líderes, professores e pastores
a que se envolvam com mais tenacidade em seus ministérios com o foco na
formação cristã para os membros das igrejas em nossos dias.
I.
A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA DOMINICAL
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Não se pode fazer
uma análise séria da importância da Escola Dominical sem que examinemos o
contexto em que ela se originou. Voltemos a 1780, na Inglaterra, e observemos a
figura de Robert Raikes, um jornalista de 44 anos que trabalhava como redator
do Gloucester Journal. De acordo com o pastor Antonio Gilberto, esse
jornalista...
"...foi
inspirado a fundar a Escola Dominical ao sentir compaixão pelas crianças de sua
cidade, perambulando nas ruas, entregues à delinquência, pilhagem, ociosidade e
ao vício, sem qualquer orientação espiritual. Ele, que já trabalhava há quinze
anos trabalhava entre os detentos das prisões da cidade, pensou no futuro
daquelas crianças e decidiu fazer algo em seu favor..."
Como é de
conhecimento público, Raikes enfrentou oposição em seu intento, pois não se via
naqueles dias a possibilidade de um santuário abrigar crianças sujas e
mal-educadas para receberem ensinos. As crianças eram obrigadas a trabalhar
horas ininterruptas, e não tinham o acesso à educação que poderia transformar
seus hábitos e caráter. No artigo "When did Sunday Schools Start?"
("Como as Escolas Dominicais Começaram"), de Thimothy Larsen, vemos
um pouco do contexto social do momento:
"A Revolução
Industrial resultou em muitas crianças que passam a semana toda trabalhando em
fábricas. Filantropos cristãos queriam libertar essas crianças de uma vida de
analfabetismo. Ainda no século 19, o horário de trabalho era longo. As
primeiras restrições legislativas modestas vieram em 1802. Isto resultou em
limitar o número de horas que uma criança poderia trabalhar por dia para 121
Esse limite não foi rebaixado novamente até 1844. Além disso, o sábado era
parte da semana de trabalho regular. Domingo, portanto, era o único tempo
disponível para essas crianças ganharem alguma educação".
Portanto, pelo que
vemos, a Escola Dominical começou como uma solução educativa para crianças que
tinham de conviver entre o trabalho quase forçado e a delinquência. E foi aí
que a atitude de Robert Raikes transformou a realidade daquelas crianças.
Raikes teve muito
trabalho para convencer as crianças a frequentarem a igreja no seu único dia de
folga, o domingo. Elas com certeza preferiam usar o seu tempo livre para
brincar, pescar ou fazerem quaisquer outras atividades, mas algumas delas foram
à igreja e começaram a aprender, de forma básica, a língua, aritmética, moral e
civismo e também decoravam textos bíblicos, recitando-os depois.
O trabalho deu
certo e foi divulgado pelo mundo. Robert Raikes, o "profanador do
domingo", como foi algumas vezes chamado, deu- nos o exemplo de como a
igreja pode ser uma bênção para a comunidade que a cerca, e tanto na formação
espiritual quanto na formação moral de seus alunos.
Sobre a
importância da Escola Dominical para a vida da igreja, escreve Michael Lawson:
"A Escola Bíblica Dominical tornou-se a principal agência educacional da
igreja. Ainda que muitas denominações tentem oferecer variedade de programas
educacionais, a Escola Dominical mantém a melhor frequência de pessoas do que
qualquer outro programa, e às vezes, mais do que todos os outros juntos. Por
causa do seu tamanho e base ampla, a Escola Dominical usa mais professores do
que qualquer outra agência por isso deve ser considerada separadamente".
"Pelo fato de
a principal agência educacional da Igreja ter a palavra 'escola' em seu nome,
as pessoas presumem que ela funciona como as demais entidades de ensino. Mas,
as escolas dominicais diferem das públicas de vários modos significativos. Por
exemplo, quantas classes de Escola Dominical exigem que os alunos façam dever
de casa? Ou quantas escolas dominicais podem obrigar o aluno a ter frequência e
envolvimento? Muitas implicações surgem da natureza voluntária da frequência à
Escola Dominical".
"Além disso,
as atividades básicas da Escola Dominical são diferentes da escolaridade comum.
A hora de aula não pode ser dedicada exclusivamente a metas acadêmicas, porque
tempo para encorajamento mútuo e formas de atenção são partes essenciais do
propósito da Escola Dominical".
"Isso nos
leva à diferença fundamental: as metas diferem. De modo geral, as escolas
dominicais desejam a mudança de vida como resultado da informação dispensada.
Mas as escolas [seculares] bem-sucedidas ainda são medidas pelas realizações
acadêmicas e não pela integridade moral de seus alunos. Mas, na Escola Dominical,
a mudança de vida é essencial ao processo educacional. Nós buscamos promover
decisões morais baseadas em informação bíblica precisa e encorajada pelo cálido
companheirismo cristão.
A Escola Dominical
de sucesso é medida pela semelhança com Cristo de seus alunos e não pela
realização acadêmica deles. E para atingir essa meta, três temas simultâneos
precisam permear as horas de aula da Escola Dominical: companheirismo,
informação e aplicação".