Autor:
Paulo
Tema:
A Revelação da Justiça de Deus
Data:
Cerca de 57 d.C.
Considerações
Preliminares
Romanos é a
epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente. Talvez por essas
razões foi colocada em primeiro lugar entre as do apóstolo.
LEIA
TAMBÉM:
De modo contrário
à tradição católica romana, a igreja de
Roma não foi fundada por Pedro, nem por qualquer outro apóstolo. Ela talvez foi
iniciada por convertidos de Paulo provenientes da Macedônia e da Ásia, bem como
pelos judeus e prosélitos convertidos no
dia de Pentecoste (At 2.10). Paulo não tinha Roma como campo específico de
outro apóstolo (15.20).
Em
Romanos, Paulo afirma que muitas vezes planejou ir até
Roma para ali pregar o evangelho, mas que, até então fora impedido (1.13-15;
15.22). Reafirma seu desejo de ir até eles (15.23-32).
Paulo, ao escrever
esta epístola, perto do fim da sua terceira viagem missionária (cf. 15.25,26;
At 20.2,3; 1 Co 16.5,6), estava em Corinto como hóspede na casa de Gaio (16.23;
1 Co 1.14).
Enquanto escrevia
Romanos através do seu auxiliar Tércio (16.22), planejava voltar a Jerusalém
para o dia de Pentecoste (At 20.16; provavelmente na primavera de 57 ou 58
d.C.) e entregar pessoalmente uma oferta
de socorro das igrejas gentias aos crentes pobres de Jerusalém (15.25-27). Logo
a seguir, Paulo esperava partir para a Espanha levando-lhe o evangelho, visitar
de passagem a igreja de Roma e receber ajuda dos crentes ali para prosseguir em
sua caminhada para o oeste (15.24, 28).
Propósito
Paulo escreveu
esta carta a fim de preparar o caminho para a obra que ele esperava realizar em
Roma e na sua missão prevista para a Espanha.
(1) Seu propósito
era duplo. Segundo parece, os romanos
tinham ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da teologia de Paulo
(e.g., 3.8; 6.1,2, 15); daí ele achar necessário registrar por escrito o evangelho
que já pregava há vinte e cinco anos.
(2) Queria
corrigir certos problemas da igreja, causados por atitudes erradas dos judeus
para com os gentios (e.g., 2.1-29; 3.1, 9), e dos gentios para com os judeus
(e.g., 11.11-32).
Visão
Panorâmica
O tema de Romanos
está em 1.16,17, a saber: que no Senhor Jesus a justiça de Deus é revelada como
a solução à sua justa ira contra o pecado. A seguir, Paulo expõe as
verdades fundamentais do evangelho.
Primeiro, destaca o fato de que o problema do pecado e a necessidade humana da
justificação são universais (1.18—3.20).
Posto que tanto os
judeus quanto os gentios estão sujeitos
ao pecado e, portanto, sob a ira de Deus, ninguém pode ser justificado diante
dEle à parte do dom da justiça (3.24) mediante a fé em Jesus Cristo
(3.21—4.25).
Sendo justificado
generosamente pela graça de Deus, e tendo recebido a certeza da salvação (cap.
5), o crente demonstra que recebeu o dom divino da justificação, ao morrer com
Cristo para o pecado (cap. 6); é liberto
da luta com a justiça da lei (cap. 7), e é adotado como filho de Deus,
recebendo nova vida segundo o Espírito, o que o conduz à glorificação
(8.18-30). Deus está levando a efeito o
seu plano da redenção, a despeito da incredulidade de Israel (9–11).
Finalmente, Paulo
declara que uma vida transformada em Cristo resulta na prática da retidão e do
amor em todos os aspectos da vida social, civil e moral da pessoa (12–14).
Paulo termina Romanos expondo seus planos pessoais (cap.
15), uma longa lista de saudações pessoais, uma última admoestação e uma
doxologia (cap. 16).
Características
Especiais
Sete
destaques principais caracterizam Romanos.
(1) Romanos é a
mais sistemática epístola de Paulo; a epístola teológica por excelência do NT.
(2) Paulo escreve
num estilo de pergunta-e-resposta, ou de
diálogo (e.g., 3.1, 4-6, 9, 31).
(3) Paulo usa
amplamente o AT como a autoridade bíblica na apresentação da verdadeira
natureza do evangelho.
(4) Paulo
apresenta “a justiça de Deus” como a
revelação fundamental do evangelho (1.16,17); Deus restaura e ordena a situação
do homem em Jesus Cristo e através dEle.
(5) Paulo focaliza
a natureza dupla do pecado, bem como a
provisão de Deus em Cristo para cada aspecto: (a) o pecado como uma
transgressão pessoal (1.1—5.11) e o pecado como um princípio ou lei (gr. he
hamartia), i.e., a tendência natural e
inerente para pecar, existente no coração de toda pessoa, desde a queda de Adão
(5.12—8.39).
(6) O capítulo 8 é
o mais longo da Bíblia sobre a obra do Espírito Santo na vida do crente.
(7) Romanos contém
o estudo mais profundo da Bíblia sobre a rejeição de Cristo pelos judeus
(excetuando-se um remanescente), bem como sobre o plano divino-redentor
para todos, alcançando por fim Israel
(9–11).