Veremos as
principais definições bíblicas para o termo pecado. Conheceremos as principais
consequências do pecado e constataremos que o crente verdadeiro não vive em
pecado.
I.
DEFININDO O PECADO
O Novo Testamento
emprega várias palavras em grego para descrever o pecado nos seus vários
aspectos.
As
mais importantes são:
(a)
Hamartia, que significa "transgredir",
"praticar o mal", "pecar contra Deus" (Jo 9.41).
(b)
Adikia, que significa "iniquidade",
"maldade" ou "injustiça" (1.18; 1 Jo 5.17).
O termo pode ser
descrito como falta de amor, porque todos os delitos surgem por falta de amor a Deus e ao próximo (Mt
22.37-40; Lc 10.27-37).
Adikia é, também,
o pecado como poder, agindo na pessoa, para escravizar e enganar (5.12; Hb 3.13).
(c)
Anomia, que denota a
"ilegalidade", a "iniqüidade" e a "rebeldia
contra a Lei de Deus" (v. 19; 1 Jo 3.4).
(d)
Apistia, que indica "incredulidade" ou
"infidelidade" (3.3; Hb 3.12).
1.
A conclusão das definições
Destas definições
podemos tirar a conclusão de que a essência do pecado jaz no egoísmo, i.e.,
apegamento do ser humano às coisas ou aos prazeres, para si mesmo, sem fazer
caso do bem-estar dos outros e dos
mandamentos de
Deus. Isso leva à crueldade aos outros e à rebelião contra Deus e sua Lei. Em
última análise, o pecado é a recusa da sujeição a Deus e à sua Palavra
(Rm 1.18-25; 8.7). É inimizade contra Deus (Rm 5.10; 8.7; Cl 1.21), e desobediência
(11.32; Gl 3.22; Ef 2.2; 5.6).
2.
O pecado como corrupção moral.
O pecado é também
a corrupção moral nos seres humanos, opondo-se a todas as vontades humanas sadias.
Ele nos leva tanto
a deleitar-nos em cometer iniquidade, como também a sentir prazer nas más ações
dos outros (Rm 1.21-32; cf. Gn 6.5). É, por outro lado, um poder que escraviza
e corrompe, à medida que nos entregamos
a ele (Rm 3.9; 6.12; 7.14; Gl 3.22). O pecado está arraigado nos desejos
humanos (Tg 1.14; 4.1,2).
3.
O pecado introduzido por Adão.
O pecado foi
introduzido por Adão na raça humana e
afeta a todos (Rm 5.12), resulta em julgamento divino (Rm 1.18), leva à morte
física e espiritual (Gn 2.17; Rm 6.23), e o seu poder somente pode ser dominado
pela fé em Cristo e por sua obra redentora
pela humanidade (Rm 5.8-11; Gl 3.13; Ef 4.20-24; 1 Jo 1.9; Ap 1.5).
II.
CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
Através da
transgressão e queda de Adão, o pecado como princípio ou poder ativo conseguiu
penetrar na raça humana (Rm 5. 17,19; Gn 3; 1 Co 15.21,22).
(1)
Duas consequências decorrem disso:
(a) O pecado e a
corrupção penetraram no coração e na vida de Adão; e
(b) Adão
transmitiu o pecado ao gênero humano, corrompendo todas as pessoas nascidas a partir de então.
Todos os seres humanos passaram a nascer propensos ao pecado e ao mal (Rm 5.
19; 1.21; 7.24; Gn 6.5,12; 8.21; Sl 14.1-3; Jr 17.9; Mc 7.21,22; 1 Co 2.14; Gl 5.19-21; Ef 2.1-3; Cl 1.21; 1 Jo
5.19).
Paulo não explica
como o pecado de Adão é transmitido aos seus descendentes. Nem diz que toda a
humanidade estava presente em Adão e que
assim ela participou do seu pecado e por isso herda a sua culpa.
Paulo não diz, em
nenhum lugar, que Adão foi o cabeça coletivo dos seus descendentes, nem que o
pecado de Adão foi-lhes imputado.
Todos são culpados
diante de Deus por causa dos seus próprios pecados pessoais, porque "todos
pecaram" (v. 12). O único ensino no tocante a isso, que tem apoio bíblico,
é que homens e mulheres herdam uma
natureza moral corrupta, bem como a propensão para o pecado e o mal (ver 6.1
nota).
A morte entrou no
mundo através do pecado e por isso todos estão
sujeitos à morte, "por isso que todos pecaram" (vv. 12,14; cf.
3.23; Gn 2.17; 3.19).
III.
QUEM VIVE NO PECADO NÃO É CRENTE GENUINO
No capítulo 6 de
Romanos, Paulo contesta a ideia errônea de que os crentes podem continuar no
pecado e ainda assim estarem livres da condenação eterna, em virtude da graça e misericórdia de Deus em
Cristo.
Paulo refuta essa distorção
antinomiana da doutrina da graça, pondo em relevo uma verdade fundamental: o
verdadeiro crente demonstra estar "em
Cristo" por estar morto para o pecado. Ele foi transportado da esfera do
pecado para a esfera da vida com Cristo (Rm 6.2-12).
Uma vez que o
crente genuíno separou-se definitivamente do pecado, não continuará a viver
nele. Inversamente, quem vive no pecado não é crente genuíno (cf. 1 Jo 3.4-10).
Em todo este capítulo, Paulo enfatiza que não se pode ser servo do pecado e
servo de Cristo a um só tempo (Rm 6. 11-13, 16-18). Se um crente torna-se servo
do pecado, o resultado será a condenação e a morte eternas (Rm 6. 16,23).
IV.
MORTOS PARA O PECADO
A premissa
fundamental em Rm 6 é a união do crente com Cristo, tanto na sua morte como na
sua vida. Se, portanto, você é um crente
autêntico, você morreu para o pecado e precisa dar prova disso. Você, como
crente, morreu para o pecado de três maneiras diferentes.
1.
Você morreu para o pecado, do ponto de vista de
Deus.
Deus considera que
você morreu com Cristo na cruz e que foi ressuscitado na sua ressurreição (Rm 6.
5-10).
2.
Você morreu para o pecado quando nasceu de novo pelo Espírito.
Você recebeu o
poder de Cristo para resistir ao pecado (Rm 6. 14-18); para morrer diariamente
para o pecado, aniquilando os maus desejos da carne (Rm 8.13) e vivendo uma
nova vida em obediência a Deus (Rm 6.
5-14,18,22).
3.
Você morreu para o pecado quando, no seu batismo em água,
você proclamou sua morte ao pecado e assumiu o compromisso de rejeitá-lo e de
viver para Cristo (Rm 6. 3-5).
Fonte:
Bíblia de Estudo Pentecostal –CPAD
Adaptação
por: Subsídios EBD