O ensino cristão
remonta suas raízes aos primeiros dias do homem na Terra. Deus começou a
ensinar quando colocou uma restrição no comportamento do homem no jardim do
Éden. Depois da queda, a necessidade de ensino aumentou. Pais piedosos passaram
de uma geração para outra cruciais informações espirituais até que Deus
formalizou a responsabilidade dos pais ao ordenar-lhes que ensinassem os filhos
(Dt 6).
Porque a Lei
funcionava dentro de uma teocracia, o treinamento espiritual dependia em grande
parte da família, mas recebia reforço de todo o sistema social, econômico,
político e religioso. Embora os profetas fossem ocasionalmente enviados a
outras terras (Jonas), a tónica do ensino durante o Antigo Testamento permanecia
nas pessoas que viviam em Israel. Jesus Cristo seria o primeiro a articular a
ideia de ensinar a todos em todos os lugares.
A
Grande Comissão em Mateus 28
A Grande Comissão
em Mateus 28 é ao mesmo tempo uma das passagens mais conhecidas e menosprezadas
do Novo Testamento. Na História Geral, ninguém jamais comissionou ou tentou
seriamente a educação universal. Contudo, Jesus espera que Seus seguidores
façam discípulos de TODAS AS NAÇÕES.
Se fosse levado a
sério, esta passagem deveria subjugar os professores cristãos com a falta de um
currículo rigidamente definido, professores profissionalmente treinados ou
extraordinários orçamentos para a educação. Suficientemente incrível, a história
deste mandato determina o Cristianismo. Onde o ensino cristão viceja, a igreja
prospera.
A
característica mais importante da Grande Comissão para os professores
A característica
mais importante da Grande Comissão para os professores cristãos gira em torno
do aluno. A frase “fazei discípulos” (ARA) na verdade significa fazei ou desenvolvei
aprendizes.
O próprio mandato
para o ensino cristão dado por Cristo envolve mais do que disseminar
informações. Baseado neste texto bíblico, o professor cristão tem de
desenvolver aprendizes. Os mestres cristãos lutam com sua tarefa até que seus
alunos se tornem discípulos de Jesus Cristo.
Quase ninguém
questiona seriamente a chamada da comunidade cristã de ensinar seus
constituintes. Mas ferozmente discutimos como realizar esse ensino.
A habilidade do
Cristianismo ter sobrevivido sob quase todo o tipo de filosofia educacional que
fala mais sobre seu Deus do que seus professores.
Mas a mão
superintendente do Senhor não nos alivia do mandato divino. Precisamente como
devemos desenvolver aprendizes?
Devemos treiná-los
em mosteiros?
Educá-los em
comunidades agrícolas?
Instruí-los em grandes
grupos ou empregar principalmente a comunicação interpessoal?
Os professores
cristãos deviam parar o suficiente para considerar o quão criativo Deus foi ao
dar Sua revelação.
Muitas
metodologias de ensino copiam os modelos tradicionais que podem ou não refletir
uma perspectiva cristã (sem mencionar criativa).
Pelo fato de ser a
Bíblia em grande parte um documento proposicional, alguns professores cristãos apresentam
primariamente explicações preposicionais e verbais da verdade bíblica.
Mas considere a
variedade incrível de métodos e modos extremamente diversos que Deus usou para
comunicar Sua Palavra.
1. Ele falou do
Céu, direta e audivelmente.
2. Ele escreveu em
tábuas de pedra.
3. Ele se tornou
carne.
4. Ele se revelou
em seres sobrenaturais.
5. Ele deu vívidos
sonhos e visões.
6. Ele utilizou
paredes de palácios.
7. Ele fez animais
falarem.
8. Ele expressou a
verdade dos profetas.
9. Ele compôs
poesia.
10. Ele forneceu
lembretes visuais das promessas.
A lista poderia
ser ampliada. É óbvio que Deus comunicou com criatividade aos recipientes
originais. E os estudantes modernos deveriam receber menos?
O diagrama simples
ilustra como a verdade de Deus deve chegar aos estudantes modernos.
A
META DO ENSINO CRISTÃO
Em certo sentido,
o mandato para o ensino cristão faz supor uma meta. Aqueles que aprendem acerca
de Deus têm de responder positivamente a Ele. Quase invariavelmente, quando a
meta do ensino cristão é suscitada, a palavra maturidade vem à tona. Parece que
presumimos uma definição comum a esta palavra-chave, mas tal suposição produz
confusão.
A Escritura usa
pelo menos três palavras diferentes tanto para metas de ensino como para a
medida da maturidade.
A maturidade deve se
manifestar em relacionamentos, moralidade e teologia. Primeira Timóteo, Hebreus
e Efésios são evidentes ao declarar estas marcas de maturidade. Como temas,
encontramos essas marcas em todas as partes da Bíblia. Mas a clareza de
expressão nestes textos em particular faz deles sumários ideais.
PRIMEIRA
TIMÓTEO 1.5: “O fim do mandamento é a caridade [o
amor] de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida”.
Para nosso propósito, a substância do versículo é realmente fácil de
compreender e quase não surpreendente. Paulo pretende que seu ensino produza
AMOR na vida dos seus estudantes.
Até que isso fosse
atingido, o alvo de sua instrução não tinha sido alcançado. Este versículo tão
simples reúne vastas porções do Novo Testamento.
Note como as
seguintes passagens focalizam-se no amor:
1. O primeiro
mandamento (Mt 22.37,38).
2. O segundo
mandamento (Mt 22.39).
3. A marca
distintiva de um discípulo (Jo 13.35).
4. O fruto do
Espírito (G1 5.22,23).
5. O fruto
superior ao dom (1 Co 13.1).
6. O modo de
alguém dizer que ama a Deus (1 Jo 4.20).
7. A pergunta que
Pedro respondeu três vezes (Jo 21.15-18).
Em outras
palavras, até que um aluno produza amor, a tarefa de ensinar não está completa.
Mas o que é amor?
A língua
portuguesa moderna em grande parte ignora a definição bíblica utilizando-se da
palavra amor para abranger muitas experiências diferentes. Mas por causa de sua
posição central, o amor recebe tratamento extenso e preciso no Novo Testamento.
Infelizmente, a passagem crucial muitas vezes deixa de instigar nosso
pensamento.
Quando a
mencionamos, as pessoas dizem:
“Sim, claro”, e
então prosseguem ignorando o ensino.
Para evitar essa
armadilha, veja se você consegue reconhecer a passagem bíblica pela lista de
declarações a seguir, a qual reflete a verdade da passagem, mas usando palavras
diferentes para descrevê-la.
1. O Espírito
Santo não produz impaciência. Na verdade posso amar a Deus e ser impaciente?
2. O Espírito
Santo não produz grosseria. Na verdade posso amar a Deus e ser mal-educado?
3. O Espírito
Santo não produz inveja da força, beleza, inteligência , sucesso , dinheiro , poder,
possessões, relacionamentos que alguém tenha. Na verdade posso amar a Deus e ser
invejoso?
Embora pudéssemos
estudar mais treze palavras como estas que muito precisamente definem o amor em
termos comportamentais, você provavelmente tem o bastante para reconhecer o
texto de 1 Coríntios 13. Imagine o que aconteceria se os cristãos a cada dia
vivenciassem só as três primeiras definições e medissem seu sucesso ou fracasso
em cada relação baseado na impaciência, grosseria e inveja!
Como professores,
nunca podemos nos dar por satisfeitos até que vejamos o amor sendo
generosamente produzido na vida de nossos alunos. Julgando pela taxa de
divórcio entre cristãos, os inumeráveis conflitos de personalidade nas igrejas
e a frequente alienação entre líderes cristãos, temos muito trabalho a fazer só
nessa área. Mas o amor não é o único critério da maturidade mencionado no Novo
Testamento.
HEBREUS
5.14: “O mantimento sólido é para os perfeitos [os maduros],
os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto
o bem como o mal”.
Cada geração, cada
novo convertido tem de começar com pouca ou nenhuma informação e iniciar seu
andar com Cristo mais uma vez. Mesmo os cristãos que crescem precisam ser
lembrados e incentivados à medida que se orientam em direção à maturidade.
Nossa avançada sociedade tecnológica não reduziu a necessidade.
Os discípulos de
Jesus ainda precisam de ensinamentos e professores!
Fonte: Manual
de ensino para o ed u c ad o r c ris tã o .../ Kennneth O. Gangel & Howard
G. Hendricks 1“ ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus,
1999