1.
Conhecendo a Epístola aos Romanos
Durante
os três meses em que o apóstolo esteve em Corinto, hospedado na casa de Gaio,
em sua terceira viagem missionária, aproximadamente no final do ano de 56 e
início do ano 57 d. C., a epístola foi escrita. A comunidade cristã em Roma
provavelmente foi fruto da facilidade de locomoção proporcionada pelo comércio
mundial e a diáspora judaica, como os romanos que estiveram no pentecostes (At
2).
A epístola não tinha um único
propósito. Pelo menos quatro podem ser identificados:
a) missionário:
evidente sentimento paulino de que o trabalho missionário na Ásia e na Grécia
já estava completo (Rm 15.19-20) e tencionava levar o evangelho até a Europa;
b) doutrinário:
exposição de forma didática e compreensiva as verdades centrais do evangelho,
provável deficiência devido a ausência de um líder apostólico;
c) apologético:
argumentação sobre a justificação pela fé não parecem ser simplesmente
informativos, mas uma oposição aos judaizantes que estavam atuando na cidade
(Rm 14-15);
d) didático:
principalmente na seção de prática geral, sobre a moral e a conduta cristã (Rm
12-15), que tem por alvo ensinar, e informar e iluminar, e não meramente
resolver determinados problemas.
O
grande reformador Martinho Lutero considerava a Epístola ao Romanos o principal
livro do Novo Testamento e o mais puro Evangelho.
2.
A necessidade universal de justificação e a resposta de Deus em Jesus (Rm 1-11).
história
da humanidade demonstra que o ser humano sempre buscou a Deus, mas falhou
porque buscou da forma errada.
O
apóstolo argumenta que todo ser humano, criado à imagem semelhança de Deus, tem consciência da
existência divina, pois a própria natureza é a prova dessa existência.
Mesmo
reconhecendo a existência, se faz necessário um relacionamento mais estreito
com este Deus, um conhecimento experiencial com Deus. Os judeu-cristãos de
Roma, judeus que haviam se convertido ao cristianismo, mas que ainda estavam
marcados pelo poder da Lei, não se sentiam à vontade com a mensagem da justificação
por meio da fé. Portanto, como os gentios, estavam debaixo da ira de Deus.
Dessa
forma, nem os gentios, com seu conhecimento natural e racional, nem os judeus,
com a Lei e a circuncisão, foram justificados diante de Deus. Como o conceito
de mundo judaico se divide entre Judeus e gentios, o apóstolo apresenta a
realidade de que "todos" são indesculpáveis e precisam de um meio
alternativo para salvação. Para isso, ele primeiro reforçará o conceito de que
tanto judeus como gentios eram indesculpáveis, e em seguida demonstrará o
estado pecaminoso do ser humano no sentido universal, esclarecendo que a Lei
era insuficiente para justificação e salvação de qualquer ser humano, apontando
ela para Cristo.
O
apóstolo, após apontar a necessidade universal de justificação, começa a expor
a doutrina da justificação pela fé (DJF), que foi o grande fundamento teológico
utilizado por Lutero na Reforma Protestante. Ele utiliza Abraão como exemplo
didático e demonstra, que nem mesmo ele foi justificado pelas suas obras e que
a fé em Cristo e em sua obra é o único meio de justificação e de livramento da
ira futura de Deus.
Essa
nova situação traz alguns benefícios, dentre eles a paz com Deus, o acesso à
graça, a esperança da glória de Deus; o regozijo nas tribulações; a salvação
passada, presente e futura. Todavia, não exclui responsabilidades para o
cristão como:-; morrer para o pecado, honrar a nova posição diante de Deus e
andar em novidade de vida.
Ensinador Cristão, n° 65 –
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