Mt 12.28: “Mas, se
eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus,
é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus.”
A
NATUREZA DO REINO.
O reino de Deus
(ou dos céus), no presente, significa Deus intervindo e predominando no mundo,
para manifestar seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio de
Satanás e a condição atual deste mundo. Trata-se de algo além da salvação ou da
igreja; é Deus revelando-se com poder na execução de todas as suas obras.
(1) O reino é
antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. Deus inicia seu domínio
espiritual na terra, nos corações do seu povo e no meio deste (Jo 14.23;
20.22).
Ele entra no mundo
com poder (Is 64.1; Mc 9.1; 1Co 4.20). Não se trata de poder no sentido material
ou político, e sim, espiritual.
O reino não é uma
teocracia relígio-política; ele não está vinculado ao domínio social ou
político sobre as nações ou reinos deste mundo (Jo 18.36).
Deus não pretende
atualmente redimir e reformar o mundo através de ativismo social ou político,
da força, ou de ação violenta (26.52; ver Jo 18.36, nota).
O mundo, durante a
presente era, continuará inimigo de Deus e do seu povo (Jo 15.19; Rm 12.1,2; Tg
4.4; 1Jo 2.15-17; 4.4). O governo de Deus mediante o juízo direto e à força só
ocorrerá no fim desta era (Ap 19.11-21).
(2) Quando Deus se
manifesta com poder sobre o mundo, este entra em crise. O império do diabo fica
totalmente alarmado (12.28,29; Mc 1.23,24), e todos encaram a decisão de submeter-se
ou não ao governo de Deus (3.1,2; 4.17; Mc 1.14,15). A condição necessária e fundamental
para se entrar no reino de Deus é: “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).
(3)
O fato de Deus irromper no mundo com poder, abrange:
(a) seu poder
divino sobre o governo e domínio de Satanás (12.28; Jo 18.36); a chegada do
reino é o começo da destruição do domínio de Satanás (Jo 12.31; 16.11) e do
livramento da humanidade das forças demoníacas (Mc 1.34,39; 3.14,15; At 26.18)
e do pecado (Rm 6);
(b) poder para operar
milagres e curar os enfermos (4.23; 9.35; At 4.30; 8.7; ver o estudo A CURA DIVINA);
(c) a pregação do
evangelho, que produz a convicção do pecado, da justiça e do juízo (11.5; Jo
16.8-11; At 4.33);
(d) a salvação e a
santificação daqueles que se arrependem e creem no evangelho (ver Jo 3.3;
17.17; At 2.38-40; 2Co 6.14-18; ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE);
e (e) o batismo no Espírito Santo, com poder, para testemunhar de Cristo (ver
At 1.8 notas; 2.4 notas).
(4) Uma evidência máxima
de que a pessoa está vivendo o reino de Deus é viver uma vida de “justiça, e
paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17).
(5) O reino de
Deus tem um aspecto tanto presente como futuro. É uma realidade presente no
mundo hoje (Mc 1.15; Lc 18.16,17; Cl 1.13; Hb 12.28), mas o governo e o poder
de Deus não predominam plenamente em todos e em tudo.
A obra e a
influência de Satanás e dos homens maus continuarão até o fim desta era (1Tm
4.1; 2Tm 3.1-5; Ap 19.19 — 20.10). A manifestação futura da glória de Deus e do
seu poder e reino ocorrerá quando Jesus voltar para julgar o mundo (24.30; Lc
21.27; Ap 19.11-20; 20.1-6).
O estabelecimento
total do reino virá, quando Cristo finalmente triunfar sobre todo o mal e oposição
e entregar o reino a Deus Pai (1Co 15.24-28; Ap 20.7-21.8; ver também Mc 1.15, nota
a respeito das várias manifestações do reino na história da redenção).
O
PAPEL DO CRENTE NO REINO.
O NT contém abundante
ensino sobre a missão do crente no reino de Deus, na sua presente manifestação.
(1) É
responsabilidade do crente buscar incessantemente o reino de Deus, em todas as
suas manifestações, tendo fome e sede pela presença e pelo poder de Deus, tanto
na sua vida como no meio da sua comunidade cristã (ver 5.10 nota; 6.33 nota).
(2) Em 11.12,
Jesus revela novos fatos sobre a natureza dos membros do reino. Ali Ele disse que
somente quem se esforça apodera-se do reino de Deus. Os tais, movidos por Deus,
resolvem romper com as práticas pecaminosas e imorais do mundo e seguem a
Cristo, a sua Palavra e seus justos caminhos. Não importando o preço a pagar,
esses, resolutamente, buscam o reino com todo o seu poder. Noutras palavras,
pertencer ao reino de Deus e desfrutar de todas as suas bênçãos requer esforço
sincero e constante — um combate de fé, aliado a uma forte vontade de resistir
a Satanás, ao pecado e à sociedade perversa em que vivemos.
(3) Não conhecerão
o reino de Deus aqueles que raramente oram, que transigem com o mundo, que
negligenciam a Palavra e que têm pouca fome espiritual. É para crentes como José
(Gn 39.9), Natã (2Sm 12.7), Elias (1Rs 18.21), Daniel e seus três amigos (Dn
1.8; 3.16-18), Mardoqueu (Et 3.4,5), Pedro e João (At 4.19,20), Estêvão (At
6.8; 7.51) e Paulo (Fp 3.13,14); inclusive mulheres como Débora (Jz 4.9), Rute (Rt
1.16-18), Ester (Et 4.16), Maria (Lc 1.26-35), Ana (Lc 2.36-38) e Lídia (At
16.14,15,40).
Adaptado dos Escritos de: DONALD C.
STAMPS
Fonte
Original:
Bíblia de Estudo Pentecostal
Editora: CPAD