Antes de marcar sua geração,
Daniel Rowland precisou ser transformado e ensinado por Deus.
Daniel Rowland (nasceu em 1713
em Wales, Inglaterra. Aos 20 anos de idade, foi ordenado pastor-auxiliar da
igreja oficial, mas não era de fato convertido. J-C. Ryle, na obra Líderes
cristãos do século 18, declara que ele frequentava a ED, mas "após seu dever
na igreja, nos domingos pela manhã, o restante do dia do Senhor gastava nos
divertimentos, se não na bebedeira".
Seu ministério era um fracasso
com pregações sombrias e frias ao ponto da congregação minguar rapidamente. Em
desespero, foi ouvir o evangelista Griffith Jones, que percebeu seus conceitos
equivocados e mundanos. De forma inusitada, no meio de um sermão, Jones parou,
apontou para Rowland e orou a Deus pedindo que o convertesse e o usasse para
alcançar os perdidos. Deus respondeu!
No mesmo ano, 1738, sua
vida espiritual foi completamente transformada. O biógrafo William P. Farley
compara: "O que Jonathan Edwards foi para o avivamento na Nova Inglaterra,
Daniel foi em Wales".
Nos quatro anos seguintes, suas
mensagens apresentavam uma visão legalista do Evangelho. Com a chegada do
avivamento inglês, em 1742, ele recebeu a revelação do amor de Deus. Daí para
frente seus ensinos ganharam um tom mais equilibrado e um poder sobrenatural
passou acompanhar seu ministério.
Sua fidelidade a Deus durante
os 52 anos dedicados à obra (1738-1790) resultou na formação de pelo menos 100
novos ministros.
Milhares se converteram ou
foram, levados à maturidade espiritual sob o impacto doa seus estudos e
sermões. " O povo era capaz de andar dois ou três dias em meio a baixas
temperaturas do inverno pela difíceis montanhas de Welsh para ouvi-lo falar sob
a glória de Deus... e voltavam cantando salmos e hinos sem qualquer sinal de
fatiga”, escreveu Ryle.
Mesmo sob sinais sob sinais
sobrenaturais, RoWland foi diversas vezes perseguido, e até expulso da igreja
porque sua popularidade gerava temor à liderança estatal.
Lições para hoje
Podemos aprender muito com esse
homem de Deus.
Primeiro, a necessidade de comprometer-se com a
ortodoxia bíblica e com o poder de Deus. Sua prioridade sempre foi a
Palavra, depois o poder.
A segunda lição é que o sofrimento
terreno pode ser proporcional ao grau de manifestação do poder de Deus em nossa
vida.
Muitos tiveram ciúmes dele. Qualquer
pessoa que busca o poder de Deus deve estar ciente da resistência espiritual
que terá de enfrentar.
Em terceiro lugar, a vida de Rowland
demonstra a supremacia do dom espiritual sobre o crédito eclesiástico. Ali
estava um homem que não tinha título maior do que pastor-auxiliar, porém foi um
dos mais efetivos líderes espirituais. Sua vida comprova isso!
Quarto, ele nos ensina a importância da dedicação ao
ensino e à pregação. Nada poderia se colocar entre ele e o púlpito.
Ele continuamente lia e
enriquecia-se com a literatura puritana do século 17, cujo foco na fidelidade
doutrinária e no sobrenatural o inspirou a apaixonar-se pela glória da
eternidade – consciência necessária a todo ensinador cristão.
Finalmente,
aprendemos que a humildade e a entrega pessoal são precedentes para o poder
espiritual. "Ele tinha um profundo e permanente senso de sua
pecaminosidade, fraqueza, corrupção e constante necessidade da graça de
Deus", anotou Ryle.
"Trinta anos depois, uma
testemunha ocular de um dos seus ensinos lembrava-se de cada palavra como se
tivesse acabado de ouvi-las e emendou: certamente foi um dos maiores pregadores
que a Europa conheceu", ressaltou George Whitefield, renomado pregador da
história protestante.
Por: Jorge
de Andrade
Fonte:
Ensinador Cristão, ano 5, n° 20
Divulgação: Subsídios ebd