Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD

Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ : Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Comentarista: Esequias Soares | Classe: Adultos TEMAS DAS LIÇÕES Lição 1 – Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Lição 2 – Somos Cristãos Lição 3 – A Encarnação do Verbo Lição 4 – Deus É Triúno Lição 5 – Jesus é Deus Lição 6 – O Filho É igual com o Pai Lição 7 – As Naturezas Humana e Divina de Jesus Lição 8 – Jesus Viveu a Experiência Humana Lição 9 – Quem É o Espírito Santo Lição 10 – O Pecado Corrompeu a Natureza Humana Lição 11 – A Salvação não É Obra Humana Lição 12 – A Igreja Tem uma Natureza Organizacional Lição 13 – Perseverando na Fé em Cristo

Qualidades Fundamentais para o Professor da Escola Dominical

Quais são as expectativas da igreja em relação às qualidades do professor de Escola Dominical?
Que perfil os alunos e irmãos em Cristo anseiam de seu professor da classe de lições bíblicas?
Que características são essenciais para a atividade docente na Igreja do Senhor?
Neste artigo, selecionamos, dentre outras, três qualidades fundamentais para o ministério da docência cristã, as quais são abordadas na seguinte ordem: a vocação, o amor e a responsabilidade.



A primeira qualidade é a vocação.
Esta é a indicação da chamada para o ensino. Vocação é a chamada do cristão para toda e qualquer atividade no Reino de Deus. Não se trata de aptidões ou capacitações meramente humanas. A chamada é algo divino. Deus é quem escolhe e concede o dom para o que for útil na Sua obra (1 Co 12.7). Cristo ensinou acerca dessa verdade fundamental quando afirmou em João 15.16: "Vós não me escolhestes... Mas eu vos escolhi a vós...". O Senhor da Igreja é quem particularmente chama a cada um dos Seus servos (1 Co 12.11).

Uma máxima evangélica, que infere-se da epístola de Paulo à igreja em Tessalônica, afirma que "Quando Deu chama, Ele também capacita" (1Ts 5.24). Esta capacitação é concedida pelo Espírito Santo e certamente envolve os "dons espirituais". Portanto, enfatizamos que não se trata de talento natural, nem mesmo de mérito alcançado por esforço humano, e sim de capacitações espirituais livremente distribuídas pelo Espírito (Rm 12; 1Co 12, 13; Gl 5; Ef 4).

Esta chamada e capacitação acontecem de modo singular de pessoa para pessoa. Alguns, já no início da caminhada cristã, sentem uma forte convicção de que Deus os quer trabalhando na área do ensino. O desejo de conhecer a Palavra, a sede de se aprofundar nos conhecimentos bíblicos e a inclinação para examinar as Escrituras são indícios da chamada para o ensino.
Outros, na medida em que se envolvem nas atividades da igreja, vão sendo despertados para o ministério de ensinar o corpo de Cristo. O avivamento espiritual, o amor pelas almas e o compromisso com o Reino de Deus são evidências da chamada. Assim, de um modo ou de outro, o Senhor conduzirá Seus escolhidos para o exercício do magistério cristão.

Na contramão dos que são chamados por Deus, existem os escolhidos pela vontade do homem. Neste caso, por vezes, a chamada acontece apenas pelo grau de parentesco com a liderança. Outros são indicados por conta da posição social e econômica. E ainda nesta lista encontram-se os que são selecionados por causa da amizade de interesses espúrios.

Em ambas as situações, a igreja é co-responsável pela indicação dos que desempenham a função de ensinar o povo de Deus. A igreja que desconsidera os padrões bíblicos no reconhecimento daqueles que são vocacionados comete erro gravíssimo. As consequências são desastrosas, e em alguns casos até irreparáveis.

A segunda qualidade é o amor.
Esta é a indicação do relacionamento com Deus e o próximo. O amor é a base essencial da comunhão na vida cristã. Sem o amor, não há benefício para o próximo. Sem o amor, não há resultado para quem exerce o dom de ensinar. O amor forma o alicerce para a atividade docente.

A expressão no grego é "agapê" e é usada como uma revelação da própria natureza de Deus. Este é o amor na sua forma mais elevada e bela. O amor fez Deus entregar o Seu Filho Jesus Cristo, e o Filho a entregar-se para a salvação do homem pecador (Jo 3.16; 1Jo 4.11).

Cristo ensinou que amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos é o resumo de toda a lei e dos profetas (Mt 22.37-40). No Decálogo, os quatro primeiros mandamentos requerem amor e comunhão do homem para com Deus: "Não terás outros deuses diante de mim, não farás para ti imagem de escultura, não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão e lembra-te do dia de descanso" (Êx 20.2-8). Trata-se de nosso relacionamento na vertical - o homem com Deus.

Os outros seis mandamentos requerem amor e comunhão para com o próximo: honrar mãe e pai e não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho e não cobiçarás (Êx 20.12-17). Trata-se de nosso relacionamento na horizontal - o homem com o seu próximo. Na prática da comunhão tanto no relacionamento na vertical como na horizontal, temos a síntese do Evangelho: o amor a Deus e o amor ao próximo.

O professor motivado pelo amor a Deus e ao próximo cumpre seus deveres com deleite. Ele desempenha suas tarefas com profundo regozijo no coração. O exercício do amor conduz o professor a preocupar-se com a salvação de seus alunos. O docente guiado pelo amor reconhece a necessidade que temos uns dos outros.

Aprende a tratar com ternura e bondade seus alunos e a buscar o sumo bem de todos.
O amor leva o professor a ter intimidade com Deus e assim a tolerar a má conduta de seus alunos sem nunca desistir de ensiná-los. Essa virtude direciona o docente para amar de modo prático os que recebem a instrução. Esse amor é reproduzido por meio de ações, atitudes e obras que provocam impactos permanentes e positivos na vida dos aprendizes.

A terceira qualidade é a responsabilidade.
Esta é a indicação de comprometimento com o Reino de Deus. Trata-se de dever moral em cumprir rigorosamente compromisso assumido. É o resultado prático do amor. A convicção de que os dons não podem ser praticados com negligência ou por motivos equivocados. Dessa forma, o chamado alcança, diante de Deus, grau elevadíssimo de comprometimento, onde não há permissão para recuar.

O Senhor Jesus afirmou: "Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus" (Lc 9.62). Quando Timóteo pensou em titubear, Paulo lhe enviou uma carta com palavras de ânimo e exortação: "Sê o exemplo dos fiéis na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza" (1Tm 4.12). Igualmente, o professor da Escola Dominical é chamado para ser exemplo no serviço cristão. Ao receber cargos e incumbências, não pode negligenciar suas responsabilidades.

O professor comprometido comparece às reuniões, cumpre as diretrizes e os horários pré-estabelecidos pela liderança. Ele trabalha com esmero e dedicação. Prepara a lição durante a semana e não na véspera da aula. Acompanha o rendimento de sua classe, faz contato com os alunos faltosos, estimula a oração intercessória, a contribuição e a evangelização.

Quando não pode comparecer em alguma atividade, comunica com antecedência para que o trabalho não sofra prejuízo. Quando acontece algo fora de sua alçada não toma decisões sem antes consultar seus líderes. Quando sua presença é exigida fora da docência, não hesita em contribuir com os demais departamentos da igreja. Sua conduta e seu caráter servem de exemplo e são imitados por seus alunos.

Ao finalizar, ratificamos que estas qualidades são concedidas pelo Espírito Santo. Os desafios e os conflitos do magistério cristão requerem a certeza de que a vocação, a virtude do amor e o comprometimento com o ensino, nos foram outorgadas por Deus e não pelo homem. Sem estas qualidades, não sobreviveremos às agruras do ministério de docência cristã.