A arqueologia provou que Maria
não permaneceu vigem após o nascimento de seu primeiro filho, Jesus. A
virgindade perpétua de Maria não passa de mais um dos falsos ensinos da Igreja católica
romana! O que não é surpresa para quem lê a bíblia (Marco 6.3) [Jair Alves].
Durante os últimos... anos, a
urna funerária atribuída ao apóstolo Tiago, irmão de Jesus, que data do
primeiro século da Era Cristã, foi alvo de divergências no meio académico por
causa da inscrição "Tiago, filho de José e irmão
de Jesus".
Especialistas se dividiam em
relação à autenticidade da última parte da inscrição ("...e irmão de Jesus"), que, se considerada
autêntica, provocaria mais um duro golpe no equivocado ensino mariolátrico do
catolicismo romano de que Maria, mãe de Jesus, não tivera outros filhos além do
Messias, As discussões se avolumaram tanto que, em janeiro de 2005, foi às
raias dos tribunais, com a decisão saindo definitivamente no final de outubro
próximo, quase seis anos depois (2011); a inscrição da
Urna de Tiago é totalmente autêntica, datada mesmo do primeiro século, isto é,
da mesma época da urna.
O juiz Aharon Farkash,
responsável pelo processo, foi quem deu o veredicto em favor da autenticidade
do artefato, depois de ouvir todos os argumentos levantados pró e contra a
autenticidade.
A Urna de Tiago
foi revelada ao mundo em 2002 pelo engenheiro judeu Oded Golan, um homem de
negócios. Logo foi reconhecida a datação da urna como sendo do
primeiro século. O problema era a inscrição "TIAGO, filho de José e irmão
de Jesus". Esses dizeres causaram alvoroço por colocar em xeque o dogma
católico da virgindade perpétua de Maria.
Também engenheiro em Tel Aviv e
colecionador de antiguidades de Israel, Golan disse que adquiriu o artefato em
meados dos anos 70, de um comerciante de antiguidades de Jerusalém, por cerca
de 200 dólares. Mas, em dezembro de 2004, ele foi acusado por peritos céticos
de falsificar a inscrição e a Justiça local interferiu no caso, que se arrastou
até outubro de 2010, quando, depois de ouvir as objeções à autenticidade,
feitas inclusive por membros da Autoridade de Antiguidade: de Israel (IAA), o
juiz Aharon' Farkash chegou à conclusão de que a teoria da falsificação da
inscrição era indefensável.
Como foi o julgamento?
Nesses mais de cinco anos em
que o processo tramitou nos tribunais, foram ouvidos alguns dos maiores peritos
em antiguidades do mundo, com a ação se estendendo por 116 sessões, tendo sido
ouvidas 133 testemunhas e produzidas 12 mil páginas de depoimentos.
Durante esse período,
especialistas da IAA tentaram desqualificar o ossuário, mas terminaram sendo
convencidos de sua autenticidade.
Os argumentos da pesquisadora israelense Rochelle Aitman,
professora da Universidade Hebraica de Jerusalém, e do professor
norte-americano Paul Flesher, da Universidade de Wyoming, contra a
autenticidade do final da inscrição foram derrubados.
Venceu a argumentação de especialistas como André Lamaire, da
Universidade de Sorbonne, na França, respeitado por sua experiência em
inscrições do período bíblico e que contou com a ajuda de um especialista judeu
em paleografia para analisar o ossuário, desarticulando a opinião de Altman e
Flesher.
"Eu não encontrei a
separação do texto em duas partes, como Altman aponta. Se a pessoa observar com
cuidado para uma boa fotografia, verá que as letras, têm a mesma forma em ambos
os trechos. A evidência mencionada é realmente mais comum nos dialetos do
segundo ao sétimo séculos da Era Crista, mas isso não exclui o primeiro século”.
“Há provas arqueológicas de que
o sufixo "wy" aparece antes do segundo século, e um dos melhores
exemplos aparece exatamente em outro ossuário do primeiro século. Entendo muito
bem o medo de que a inscrição seja forjada, mas o ossuário se encaixa
perfeitamente no que se sabe sobre estilo, língua e artesanato da época",
conclui Lamaire”.
Os geólogos judeus não
encontraram na inscrição indícios do uso de pigmentos ou ferramentas modernos,
nem qualquer outro sinal de adulteração.
A participação de peritos em
testes de Carbono-14, Arqueologia, História Bíblica, Paleografia (análise do
estilo da escrita da época), Geologia, Biologia e Microscopia converteu o
tribunal israelense em um palco de seminário de doutorado.
No final, Golan, que era
acusado de criar uma falsa patina (fina camada de material formada por
micro-organismos que envolvem os objetos antigos), foi inocentado, já que o
perito judeu da própria IAA, Yuval Gorea, especializado em análise de
materiais, admitiu que os testes microscópicos ratificaram que a patina onde se
lê "Jesus" é do primeiro século mesmo.
Com essa
definição da autenticidade da inscrição, pode-se dizer agora, sem sombra de
dúvida, que a comunidade científica está muito provavelmente diante da primeira
menção epigráfica de Jesus de Nazaré, datada de cerca de 63 d.C.
O especialista em Arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém,
Rodrigo Pereira da Silva, que também exerce o cargo de professor do Centro
Universitário Adventista de São Paulo, afirma que o resultado era mais do que
esperado pela força das evidências apresentadas já na época do anúncio da
descoberta. "A Paleografia mostrou que as letras aramaicas eram do
primeiro século. A primeira e a segunda parte da inscrição têm a mesma idade. E o estudo da patina indica que tanto o caixão quanto a
inscrição têm 2 mil anos".
Em 2009, o estudioso teve a
oportunidade de segurá-la, quando o artefato já era mantido no Rockfeller
Museum, em Jerusalém.
"Essa é a mais importante descoberta arqueológica
do primeiro século a respeito de Jesus nos últimos mil anos. Claro que
sem ela já tínhamos evidências abundantes da veracidade histórica dos
Evangelhos, mas essa derruba quaisquer dúvidas que alguém incrivelmente ainda
possa ter", declarou o teólogo norte americano Norman Geisler, doutor em
Teologia e Filosofia, autor de mais de 70 livros e professor de Apologética e
Teologia no Seminário Evangélico Veritas. Ele é autor da obra Teologia
Sistemática (CPAD), lançada recentemente pela CPAD.
Além da Bíblia Sagrada, outras
referências históricas a respeito de Jesus estão no clássico do primeiro século
da Era Cristã História dos Hebreus, do judeu Flávio Josefo (contemporâneo dos
apóstolos Paulo, Pedro, Tiago e João), publicada no Brasil pela CPAD, e também
em outros registros de escritores pagãos.
Entre esses pagãos, o primeiro
a fazer menção ao nazareno foi Talo, o
Samaritano, em sua obra Crónica, que os estudiosos acreditam ter sido escrita
originalmente em 50 d.C.
O
segundo foi Tácito, que viveu entre os anos 55 e 117 d.C., e que,
ao escrever sobre o incêndio em Roma, ocorrido em 64 d.C., cuja
responsabilidade pela tragédia foi atribuída aos cristãos pelo imperador Nero,
revela detalhes anotados nos Evangelhos sobre a vida de Cristo e a existência
de cristãos na alta sociedade romana, o que ratifica também o testemunho do
apóstolo Paulo, que menciona em sua carta aos Filipenses a existência dos
"santos ha casa de César" (Fp 4.22).
O
escritor latino Suetônio, em sua obra "Vida de Cláudio",
escrita originalmente no primeiro século, cita a repercussão em Roma das
atividades de Jesus na Judéia, só que erra a grafia referente ao Messias,
chamando-o de "Cresto" em vez de "Cristo". Plínio, o Jovem,
que viveu de 62 d.C. a 114 d.C., ao consultar o imperador Trajano sobre que
tratamento seria dispensado aos cristãos da Bitínia, cita várias vezes o nome
de Cristo como um personagem histórico.
Não menos importante, o Talmud
babilónico, que remonta o 4° século, menciona Jeshu há-Nostri (Jesus de
Nazaré), seus discípulos e até a sua morte durante a Páscoa.
Evidências
de que a urna é do irmão de Jesus
E bom lembrar que nunca houve
entre os especialistas dúvida quanto à autenticidade histórica da urna, mas
apenas quanto à autenticidade de apenas um trecho da inscrição, e que é
justamente a dúvida que caiu por terra agora.
Quanto à autenticidade
histórica da urna, ela foi facilmente constatada porque, em primeiro lugar, a
Arqueologia revela que câmaras mortuárias como a que foi descoberta eram
utilizadas geralmente por famílias judias no período entre 20 a.C. e 70 d.C., a
fim de depositar os restos mortais dos entes queridos.
O historiador Flávio Josefo
(37-100 d.C), que foi contemporâneo do apóstolo Tiago, irmão de Jesus, confirma
a informação. E em segundo lugar, durante o processo de análise da urna em
2002, foram realizados testes geológicos e paleográficos cujos resultados
mostraram que o achado tinha mais de 19 séculos e era feito de calcário da
região de Jerusalém.
As investigações sobre a
autenticidade da urna, que pesa 25 quilos e mede 50 centímetros de comprimento
por 25 centímetros, de altura, foram conduzidas à época por renomados
cientistas da Geological Survey of Israel.
Os geólogos do
governo israelense analisaram a caixa em setembro de 2002 e concluíram que ela
remonta o ano 63 d.C., exatamente a mesma data da morte de Tiago.
André Lamaire destaca que a
probabilidade de o Tiago do ossuário ser o irmão de Jesus é imensa, porque,
segundo ele, das centenas de ossuários do mesmo período encontrados com
inscrição em aramaico, apenas dois continham menção a irmãos. Por essa razão,
os estudiosos acreditam que o irmão só era citado se fosse alguém importante.
“ Tiago (Ya’akov), José (Yosef)
e Jesus (Yeshua) "eram nomes comuns na antiga Jerusalém. Mas, naquela
época e lugar, das cerca de 40 mil pessoas que ali habitavam, estima-se que só
podem ter existido em torno de 20 Tiagos com irmãos chamados Jesus e filhos de um
José.
E é improvável que tenha havido
mais de um Tiago com um irmão importante o bastante para ser mencionado no ossuário",
argumentou o cientista, acrescentando: "É muito provável que este seja o
ossuário do Tiago do Novo Testamento".
John Noble Wilíbrd, em matéria
sobre o ossuário de Tiago para o jornal The New York Times, já destacava em
2002 a força irresistível dessa argumentação.
"O Tiago da urna poderia
ter sido qualquer um, mas a continuação da inscrição diminui tremendamente as
possibilidades. Primeiro-, porque, seguindo uma prática da época, seu pai está
identificado e, no caso, é um José. Raro, no entanto, seria o nome de uni irmão
do morto ser acrescentado à inscrição, salvo se o irmão fosse alguém
proeminente. O apóstolo Tiago pode ter desejado proclamar pela última vez seu
parentesco com Jesus".
O FALSO ENSINO Do dogma da virgindade perpétua de Maria
Agora, com a confirmação da
autenticidade da inscrição da urna, ficou ainda mais comprometido o dogma da
virgindade perpétua de Maria, proclamado pelas lideranças eclesiásticas da igreja
Católica Romana desde 431 d.C., e estabelecido nos anos de 1125, 1311 e 1854.
Segundo a Palavra de Deus, esse
ensino é falso (Mt 12.46; 13.55-56; Mc 3.31; Lc 8.19; Jo 7.3,5,10; At 1.14; ICo
9.5 e Gl l. 19).
A interpretação forçada dos
romanisras de que a expressão traduzida em algumas dessas passagens como
"irmãos" no original é extensiva a primos não se sustenta diante de
passagens como Mateus 1.25 e Lucas 1.36.
O relacionamento de Maria com seu esposo José
Sobre o relacionamento entre Maria
e José, o apóstolo Mateus diz o seguinte: "Porém não a conheceu, enquanto não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de
Jesus".
Note o "enquanto",
que sugere que, depois de Maria dar à luz Jesus, passou naturalmente a
relacionar-se se-xualmence com seu marido, E o doutor Lucas, por sua vez,
utiliza o termo próprio para, referir- se a primos quando menciona Isabel,
prima de Maria, enquanto que, em outra passagem do mesmo livro, o termo que ele
utiliza no original grego para se referir aos irmãos de Jesus é diferente. O escritor distinguiu bem as expressões.
Agora, diante da confirmação da
autenticidade da Urna de Tiago, a Igreja Católica Romana está adotando a crença
da Igreja Ortodoxa de que José teve outros filhos de outro casamento anterior
ao casamento com Maria, de maneira que Tiago e os demais irmãos de Jesus teriam
sido seus meios irmãos por parte de pai, e não filhos de Maria.
O que não se faz para
manter intacto um dogma mesmo quando ele se choca frontalmente com o relato
bíblico, não é mesmo?
Fonte:
Jornal Mensageiro da Paz, janeiro de 2011