Membros de
quatro famílias cristãs escaparam por pouco de serem queimados vivos em um
incêndio criminoso, causado por um grupo de extremistas muçulmanos, que os
acusaram de
realizarem trabalhos de feitiçaria, em
Bangladesh (Índia).
"Eles
queriam nos matar, nos queimando vivos, mas conseguimos escapar. Perdemos
tudo", disse Ramni Das, um agricultor que perdeu duas casas no ataque. Com
a ajuda de vizinhos, as famílias conseguiram escapar dos prédios em chamas.
O ataque
sectário ocorreu no dia 5 de novembro, após uma sequência de abusos contra as
famílias, na região de Kamarpara, no distrito de Panchangarh (Bangladesh /
Índia).
"Por
mais de um ano, os jovens muçulmanos de uma aldeia vizinha nos acusaram de
praticar bruxaria e nos disseram para deixarmos a aldeia. Eles nos agrediram em
público e atiraram tijolos em nossas casas", disse Das.
A polícia
ainda está a investigando o caso para prender quaisquer suspeitos.
"Os
suspeitos fugiram da área. Estamos ajudando a mediar uma compensação",
disse Dinabandhu Nath, um oficial da polícia local.
Abul
Hossain, presidente de um órgão do governo local, o Conselho da União,
compartilhou o seu espanto diante da notícia dos ataques.
"Pessoalmente,
eu sei que as vítimas são boas pessoas. No ano passado, eu tentei acalmar a
situação e disse publicamente que as acusações de feitiçaria eram falsas, mas
eu não achava que as coisas iriam chegar a um nível extremo desta forma",
disse Hossain .
"Estamos
a tentar resolver a questão sem a necessidade de um processo judicial, de modo
que hindus, muçulmanos e cristãos podem viver pacificamente no futuro."
Ainul
Islam, o tio de um dos acusados, disse que seu sobrinho é inocente.
"Eu
sei que alguns jovens, incluindo o meu sobrinho tiveram problemas com os cristãos,
mas eu não acho que eles estariam por trás do ataque incendiário", disse
ele.
Há cerca de
300 católicos em Karmapara que são historicamente vindos da casta hindu
Ksatriya (guerreiros). Converteram-se ao cristianismo décadas atrás e são
muitas vezes explorados por muçulmanos na área, devido ao seu status
sócio-econômico baixo.
Uma igreja
local está dando apoio às famílias que sofreram este ataque, buscando inclusive
assistência jurídica.
"Também
estamos trabalhando com líderes locais para buscar uma ação legal contra os
agressores", disse o padre PRODIP Marnadi, vice-pároco da Igreja Católica
Rani Fátima.
10/11/15,
Subsídios ebd, com informações de Guiame