06-09-15 – Lição de Jovens
TEXTO
DO DIA
“E disse-lhes:
Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste
na abundância do que possui." (Lc 12.15)
SÍNTESE
A ética e a moral
cristãs são tão essenciais quanto a justiça social.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA-Gn 3.17 - A
origem da pobreza
TERÇA - Sl 62.10 –
Não colocar o coração nas riquezas
QUARTA - Sl
119.14,72 - A Palavra de Deus é melhor que as riquezas
QUINTA-Pv 30.8 - Nem
riqueza, nem pobreza
SEXTA - Pv 23.4
- Não devemos ambicionar a riqueza
SÁBADO - Fp 4.4-20
- As circunstâncias não devem abalar a fé
OBJETIVOS
DISSERTAR a respeito
da justiça social e do profetismo no Antigo Testamento.
COMPREENDER como se dá
a política econômica na
atualidade.
CONSCIENTIZAR do perigo
do “casamento’ da igreja com o estado.
INTERAÇÃO
Professor, o enfoque principal da lição de hoje é acerca das
mudanças políticas que vêm alterando a organização social das nações. É função
do governo, independente de sua ideologia ou partido, proporcionar qualidade de
vida para toda a população. Os governantes não podem legislar em causa própria
ou para uma minoria. Todo cidadão deve ter seus direitos básicos assegurados,
como por exemplo, o direito à moradia, à educação, a um sistema público de
saúde (que funcione!), ao trabalho, etc,
TEXTO
BÍBLICO
1Timóteo
6.7-10
7
Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar
dele.
8
Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
9
Mas os que querem ser ricos caem
em
tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína.
10
Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça
alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na
breve lição de hoje, refletiremos acerca das mudanças políticas que vêm
alterando a organização familiar e social. A implementação de novas políticas
com a ascensão de governos que nunca haviam chegado ao poder surpreende,
causando impacto econômico positivo. Entretanto, ao mesmo tempo em que
proporcionam melhorias na qualidade devida dos cidadãos, esses mesmos regimes
introduzem políticas de minorias bastante perigosas. Até que ponto o populismo
não está “dando com uma mão” para “tirar com dez outras’, fazendo com que até
mesmo a moralidade seja extinta?
I
- A JUSTIÇA SOCIAL E O PROFETISMO
1. O
cuidado divino com a justiça social.
Desde
a Queda, devido às consequências do pecado, a desonestidade e a ganância fazem
parte das relações humanas. Pessoas acham-se no direito de oprimir as outras.
Assim, quando da promulgação da Lei, é possível observar o cuidado divino com
os menos favorecidos (Êx 22.25-27; 23.6; Lv 19.10; 23.22), diferentemente de
outros códigos legislativos do mundo antigo que pouco se importavam com a
situação das pessoas.
2. Justiça
divina não é paternalismo.
A
despeito do amor de Deus pelos órfãos, viúvas e pobres, o Senhor não age de
forma paternalista, favorecendo um em detrimento do outro, pois Ele é justo (Êx
23.1-3; Lv 19.15). A Lei é tão precisa que chega a orientar o legislador a não
aceitar presentes, de uma ou de outra parte, para que tenha isenção e não seja
levado a favorecer alguém no processo de julgamento (Êx 23.8).
3. O
ministério profético e a justiça social.
Quando
no período dos reis os judeus, de forma deliberada e em demonstração de
rebeldia, passaram a negligenciar o que a Lei prescrevia sobre a questão social
(Êx 23.10,11; Dt 24.14- 22) — sobretudo, do jubileu que incluía, entre outras
coisas, a obrigatoriedade de libertar os escravos e liquidar as contas e/ou
empréstimos dos endividados (Lv 25.1-55) —, o Senhor então levantava os
profetas para condenar essa postura (Jr 34.8-22).
Na
realidade, é impossível não notar que o profetismo, como movimento, nasce
justamente por causa da injustiça social e da falta de defesa dos menos
favorecidos, pois se o próprio Deus que libertara Israel era esquecido, que
dirá aqueles que, sem posse alguma, ficavam à mercê da sensibilidade dos seus irmãos
no cumprimento da Lei (Is 3.12-15; 58,1-14; Dn 4.27; Am 2.6-12). O Senhor,
porém, não permitiu que tal descaso ficasse impune (Sl 9.1-20; 12,5; Zc 75-14).
Pense!
Mudando-se
o modo de a humanidade relacionar-se com Deus, isto é, havendo a graça substituído
a Lei, existe ainda a necessidade de se cuidar do necessitado?
Ponto
Importante
A
leitura de Isaías 58.1-14 mostra claramente que Deus não se importa com
ritualismo desprovido de prática.
II
- A POLÍTICA ECONÔMICA
1. O
governo e a justiça social.
Em
qualquer civilização, existem os liderados e os que lideram (Rm 13.1-7). Um dos
principais deveres dos governantes é justamente assegurar o cumprimento da
ordem e do direito. Em qualquer sociedade, a dependência dos governos por parte
dos menos favorecidos é uma realidade. Não havendo justiça social, as classes
populares certamente serão as mais prejudicadas. No mundo antigo, cria-se que o
apoio aos pobres era uma das condições para o êxito de qualquer governante (Pv
29.14). Um exemplo claro dessa verdade pode ser visto no “conselho" dado
por Daniel a Nabucodonosor: "Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e
desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando de
misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranquilidade “(Dn
4.27).
2. O governo
e as classes populares.
Quando
partidos, cujas propostas de governo incluem políticas sociais voltadas ao
menos favorecidos, ascendem ao poder, teoricamente acontecem melhorias que
beneficiam os pobres. Estes, mesmo não realizando todos os seus sonhos, ao
conseguir um pouco mais de recursos — seja através de programas sociais, seja
com a geração de empregos —, veem- se como devedores dos governantes e assim
passam a concordar com todas as ações do governo.
3. O perigo
do populismo.
Se
imediatamente o assistencialismo melhora a situação dos pobres, em longo prazo,
ele em nada contribui para a efetiva ascensão social destes. Em países
emergentes, o populismo proporciona a perpetuação de tais governos no poder,
acabando por instaurar um despotismo em lugar da democracia. Isso porque a
ajuda que deveria proporcionar as condições de as pessoas adquirirem autonomia
econômica, transforma-se em moeda de troca, gerando dependência e,
consequentemente, manutenção da pobreza ao mesmo tempo em que garante a
perpetuação do governo.
Pense!
Em
sua opinião, se o assistencialismo não fosse a política utilizada para atender
as classes populares, qual seria a melhor forma de se cuidar dos menos
favorecidos?
O Ponto
Importante
Na
perspectiva do Evangelho, a justiça social precisa ser uma realidade em nosso
meio.
III - O PERIGO DO CASAMENTO DA
IGREJA COM O ESTADO
1. O
artifício romano para obter o apoio dos líderes religiosos.
O
chamado “Templo de Herodes" é a melhor explicação para o “bom
relacionamento" entre os governadores romanos e os sacerdotes dos tempos
de Jesus. De alguma forma, eles recebiam apoio do governo para manter o povo
submisso ao jugo romano, pois, quando da acusação de Jesus Cristo, vemos
claramente que havia entre eles uma ligação que transcendia a obediência
estritamente civil (Lc 23.2; Jo 19.12,15).
2. A era
Constantino.
Em
313, o imperador romano Constantino, depois de se tornar “cristão" de
forma inusitada, decretou, no chamado Edito de Milão, a liberdade de culto,
terminando por oficializar o cristianismo como uma religião estatal. Foi assim
que se deu o espúrio e danoso casamento da Igreja com o Estado. Tanto é verdade
que o primeiro Concilio da Igreja, ocorrido em 325, foi convocado por ele.
3. O
cuidado da Igreja atual.
Tais
lições da história devem servir-nos como alerta para os nossos dias. Antes,
assim como a Igreja do primeiro século, éramos ignorados; hoje, devido ao
número de evangélicos, os poderosos cada vez mais se aproximam de nós. Que a
nossa relação com os políticos seja ética e que jamais venhamos a negociar com
eles os nossos valores supremos (2 Tm 2.4). Que o Senhor nos ajude a sempre
agirmos assim.
Pense!
O
que você acha do “casamento" da Igreja com o Estado?
O
Ponto Importante
Se
o Estado, e a Igreja, cada qual em seus respectivos âmbitos, cumprir o seu
papel, é possível haver justiça social.
SUBSÍDIO
“Deus
é o maior interessado no bem estar de todas as suas criaturas, por isso suas
leis são também de caráter social e não apenas espiritual A Lei de Moisés não
consiste apenas num compêndio religioso, trata de profecias, história,
registros genealógicos e cronológicos, regulamentos, ritos, cerimônias,
exortações, leis morais, civis e cerimoniais, sacerdotes, sacrifícios, ofertas,
festas e o tabernáculo.
A
justiça social está presente em toda a Bíblia e esse assunto envolve religião,
política e economia. Assim como os aspectos políticos e social nos profetas
revelam a forma como a profecia contribuiu na formação moral e ética nos
períodos que se seguiram à geração dos profetas de Israel e entre as nações.
Temos na Lei de Moisés a base e a estrutura social e política do Estado. O
papel dos profetas do Antigo Testamento como porta-voz de Deus e intérprete da
lei era o de conscientizar o povo do seu compromisso assumido no Sinai,
colocando em prática a aliança feita com seus pais.
A
formação social e cultural de Israel e a sua grande influência entre todos os
povos da terra devem-se à pregação e aos escritos desses profetas que o
cristianismo difundiu por todo o mundo (SOARES, Esequias. O Ministério
Profético na Bíblia: A Voz de Deus na Terra. i.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012,
p.50).
SUBSÍDIO
Os Profetas
e a Questão Social
Quanto
à justiça social, o assunto é muito mais amplo na Lei, Ela legisla sobre a
necessidade de ser benevolente com os necessitados (Dt 24.14). estabeleceu que
o patrão deve cumprir suas obrigações com os assalariados (v. 15), entra também
na questão jurídica sobre aquele que violar a Lei (Dt 4.16), ordena respeitar o
direito do estrangeiro e do órfão e não aceitar como penhor a roupa de ninguém
e nem emprestar dinheiro com usura (Êx 22.22-27; Dt 24.17).
Permite
ao pobre entrar para comer até fartar-se na vinha e em qualquer plantação do
próximo, desde que não leve embora na cesta (Dt 23.24,25). A servidão de
hebreus é proibida, o que veio a ser comum com o passar do tempo era o fato de
a própria pessoa se vender como escravo ao seu irmão, mesmo assim, a Lei manda
libertá-lo no sétimo ano (Êx 21.2; Dt 15,1-18), estabelecendo a administração
da justiça nos tribunais.
O
compromisso do cristão direciona-se em dois sentidos: vertical — adoração,
atividades espirituais; horizontal — servir à sociedade, as atividades
filantrópicas e sociais. Por isso Deus estabeleceu ministérios na Igreja com o
dom de Socorro (1 Co 12.28) (Dt 16.18-20)” (SOARES, Esequias. O Ministério
Profético na Bíblia: A Voz de Deus na Terra. i.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012,
pp.57-66).
CONCLUSÃO
Não
há dúvida de que a função do governo é proporcionar melhores condições para a
população ter assegurada a sua qualidade de vida. Não obstante, isso não pode
acontecer como sistema de troca de voto para que projetos imorais sepultem os
bons valores. Que possamos ser vigilantes para que isso não venha acontecer.
HORA
DA REVISÃO
1. Cite um dos
principais cuidados divinos.
O
cuidado divino com a justiça.
2. O assistencialismo resolve o problema da
pobreza?
Não,
ele apenas remedia a situação dos pobres, a longo prazo, ele em nada contribuí
para a efetiva ascensão social destes,
3. Em sua opinião,
qual seria o papel do governo em relação aos pobres: alimentá-los ou
proporcionar-lhes trabalho? Explique.
Reposta
pessoal
4- Como deve ser a
nossa relação com os políticos?
Deve
ser uma relação ética e que jamais venhamos negociar com eles os nossos valores
supremos.
5. De acordo com a
lição, qual deve ser a função do governo?
A
função do governo e proporcionar melhores condições para a população e ter
assegurada a sua qualidade de vida.