As igrejas do
Reino Unido não aceitaram de imediato a Escola Dominical. A Anglicana, por
exemplo, apesar de haver rompido com o Vaticano, ainda conservava-lhe a pompa e
a realeza litúrgica. Portanto, não era nada fácil introduzir, em sua agenda,
uma escola popular, cuja clientela era composta por menores abandonados e
infratores. Acho que enfrentaríamos as mesmas dificuldades.
1. A Escola Dominical é igreja, mas não deve viver apenas para a
igreja.
Embora a Escola
Dominical seja igreja, não tem de viver exclusivamente para a igreja. Sua
missão é evangelizar enquanto ensina. Por isso, deve, transcendendo a agenda
eclesiástica, proclamar o Evangelho através de uma didática eficiente. Sua
pedagogia haverá de contemplar não apenas os menores abandonados e delinquentes,
mas também os adultos e os da terceira idade.
A Escola Dominical
deve contemplar, inclusive, as instituições públicas de ensino. A educação
estatal brasileira acha-se tão deficiente quanto à da Inglaterra da época de
Robert Raikes.
2. A Escola Dominical tem como campo de atuação: o mundo.
Robert Raikes, ao
lançar as bases da Escola Dominical, sabia muito bem que o seu campo de atuação
não se limitaria ao âmbito eclesiástico. Por ser um departamento especializado
da igreja, ela tem um compromisso didático com o mundo. De maneira metódica e
científica, cumpre a Grande Comissão que nos entregou o Senhor Jesus: levar o
Evangelho até aos confins da terra.
A Escola Dominical
eficaz educa não apenas os convertidos, mas principalmente os que ainda não
receberam a fé. Por isso, exige-se que o seu rol seja mais numeroso do que o da
igreja. Ela é igreja, mas não pode ser asfixiada pela agenda eclesiástica.
Aliás, em qualquer programa denominacional, haverá de ocupar toda a primazia,
pois a evangelização, através da didática, é a principal missão da Igreja de
Cristo.
3. A Escola Dominical existe para educar e socorrer o mundo.
A Escola Dominical
tem como função, portanto, não somente educar, mas também socorrer o mundo. Por
isso mesmo, não pode funcionar à margem da assistência social. Foi o que
demonstrou Robert Raikes ao lançar-lhe os fundamentos. A fim de educar os
meninos perdidos de Goucester, ele teve de proporcionar-lhes também a
subsistência necessária. Quem fala do pão que desce do céu, não pode negar o
pão que brota da terra.
Se quisermos uma
Escola Dominical realmente eficaz, temos de estar dispostos a investir nesse
projeto. Ela demanda recursos humanos, didáticos, assistenciais e prontidão
espiritual. Portanto, haverá de requerer a maior parcela de recursos da igreja.
Seus resultados, porém, serão mais do que surpreendentes.
4. A Escola Dominical existe para fazer história.
A igreja começa a
morrer por sua negligência à Educação Cristã. Primeiro, extingue-se a Escola
Dominical. Em seguida, a própria igreja começa a extinguir-se. Haja vista as
congregações que, tanto nos Estados Unidos, quanto aqui, estão em vias de
encerrar suas atividades.
Se permitirmos,
porém, que a Escola Dominical cumpra integralmente a sua missão, nossas igrejas
haverão de experimentar um grande avivamento em todas as áreas. Isto porque,
todo reavivamento tem início pelo ensino sistemático das Sagradas Escrituras.
5.
A Escola Dominical pode mudar a história de nosso país.
A Escola Dominical
mudou a história do Reino Unido. Sem ela, o avivamento de John Wesley não teria
sido tão eficaz. O mesmo haveriam de experimentar os evangélicos americanos e
brasileiros. As igrejas que mais crescem, em nosso país, são as que investem na
educação cristã relevante. Quanto às que se esforçam por crescer à margem da Escola
Dominical, estão fadadas a desaparecer.
A Escola Dominical
existe para mudar a história da comunidade, do país e do mundo. Não nos
esqueçamos de que ela é o principal departamento da igreja; enquanto ensina,
evangeliza.
Por: Claudionor de
Andrade – Ensinador Cristão, n° 63